Vitor Hugo aponta oportunismo em acenos de Caiado e Mendanha ao bolsonarismo em Goiás
Pré-candidato ao Governo Estadual considera que concorrentes ou traíram o presidente ou flertam com partidos de esquerda
O deputado federal e pré-candidato ao Governo de Goiás, Major Vitor Hugo (PL), torce para que “o máximo possível de pré-candidatos” apoiem Jair Bolsonaro (PL), mas acredita que a disputa pelo palanque bolsonarista em Goiás ocorre por conveniência. É o caso do governador Ronaldo Caiado (UB) que, para ele, traiu a confiança do presidente.
“Quando eu vejo o Caiado fazendo acenos agora, porque é bom politicamente, digo que é um político profissional. Se ele analisar as pesquisas daqui a pouco e notar algum desgaste na campanha de Bolsonaro, vai abandoná-lo outra vez”, afirmou.
A mesma avaliação, anunciada em sabatina do Portal 6 com os postulantes ao cargo majoritário no estado, vale para o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota). Também pré-candidato ao Governo Estadual, Medanha competiu publicamente pelo suporte de Bolsonaro.
O deputado federal ressaltou que, antes de ambos oficializarem pré-candidatura, tentou aproximá-lo do presidente em dois eventos. Porém, o ex-prefeito teria desprezado a oportunidade.
“Em um ele não foi e no outro ficou à distância. Não entregou nenhum ofício ou fez pedidos ao presidente, em uma atitude até arrogante e desdenhosa, aí de repente se converte em um grande bolsonarista”, ironiza.
Para Vitor Hugo, o pré-candidato pelo Patriota desconsidera aspectos ideológicos e flerta com partidos de esquerda. “É alguém que quer formar o máximo de alianças políticas, não em torno de uma pauta, mas da venda do futuro de Goiás”, opina.
Racha no PL
A confirmação da pré-candidatura de Vitor Hugo trouxe turbulências à cúpula do PL em Goiás. Isso porque o ex-presidente estadual da sigla, Flávio Canedo, e a esposa, a deputada federal Magda Mofatto, declaram apoio público a Gustavo Mendanha.
O deputado federal assegura que fez tudo o que foi possível para “pacificar” a relação com os dois.
“Eu não precisava ter levado a Magda e o Flávio para dentro da sala do presidente quando fiz a filiação. Mas eu queria dar oportunidade de eles opinarem sobre a possibilidade de um candidato ‘puro-sangue’ no estado”, alega.
Segundo o parlamentar, o casal prioriza projetos individuais. “Saímos da reunião com o Bolsonaro, assinamos uma ficha e dois dias depois a Magda estava, de novo, dando sinais para outro pré-candidato. Eu sinto que ela pena em um projeto pessoal”, avalia.
Contas estaduais
A adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) também foi criticada pelo pré-candidato. Assinada no ano passado, a medida permite o refinanciamento de dívidas em troca de um plano de corte de gastos.
“É algo que precisa ser melhor estudado e vai trazer graves consequências. Eu acredito piamente que um governador que tem uma boa relação com o presidente, como eu tenho, possa renegociar os termos”, diz.
A intenção, de acordo com ele, é mudar a distribuição dos investimentos. “Eu vou ver o que já foi autorizado para gastos e realocar, tirando de um local e colocando em outro. Vamos fazer um estudo e a prioridade é a saúde e atenção aos servidores”, aponta.