Sucessor de Boris Johnson será anunciado em 5 de setembro, diz partido britânico

Escolha será feita entre dois nomes, selecionados em um processo acelerado de votações que visa a reduzir o leque de candidatos

Folhapress Folhapress -
O premiê britânico, Boris Johnson. (Foto: Romena Fogliati/Folhapress)

Quatro dias depois da confirmação da saída de Boris Johnson do cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, o Partido Conservador informou nesta segunda-feira (11) que o substituto será anunciado no dia 5 de setembro. O atual premiê permanece no cargo até a definição de seu sucessor.

A escolha será feita entre dois nomes, selecionados em um processo acelerado de votações que visa a reduzir o leque de 11 candidatos declarados até agora. Boris não deve apoiar nenhum deles.

As regras para a escolha do novo premiê foram definidas nesta segunda. Os postulantes vão se submeter a um processo de seleção que envolve votações no chamado Comitê 1922. Em cada rodada, os menos votados deixam a disputa, até que restem dois nomes.

As primeiras eliminações devem acontecer já nesta quarta (13), com os candidatos tendo de angariar o apoio de ao menos 20 parlamentares, de um total de 358 do partido, para avançar. Na quinta (14), serão necessários pelo menos 30 votos.

Mais rodadas eliminatórias acontecerão na semana que vem, até que os dois últimos concorrentes sejam escolhidos. Integrantes do Comitê 1922 dizem esperar definir os postulantes até 21 de julho, quando o Parlamento britânico entra em recesso.

Na última fase, em data ainda a ser definida, os cerca de 200 mil membros do Partido Conservador podem votar. O vencedor, então, passa a ser o líder da legenda e também o novo premiê do Reino Unido.

“Temos que garantir um tempo razoável antes que o resultado seja anunciado”, disse Graham Brady, presidente do comitê responsável por organizar a votação dos Conservadores. “Estou muito interessado em concluir isso da maneira mais suave, limpa e rápida possível.”

Pesquisa do instituto YouGov da semana passada mostrou que o favorito para suceder Boris era Ben Wallace, atual secretário de Defesa -que no fim de semana rejeitou a possibilidade. Penny Mordaunt, que também chefiou a pasta e se lançou candidata, aparece em segundo lugar.

Após uma avalanche de crises ao longo do mandato e abandonado inclusive por aliados, Boris anunciou sua renúncia na quinta (7). A decisão foi tomada em meio a uma debandada no governo.

Antes, mais de 30 parlamentares, ministros e assessores também renunciaram, incluindo dois dos membros mais experientes da gestão -Rishi Sunak e Sajid Javid, secretários de Finanças e Saúde, respectivamente.

Agora candidato ao cargo de premiê, Javid criticou o que chamou de “fofocas venenosas” e “memorandos de ataque” que teriam sido feitos por alguns colegas no fim de semana. “Isso não é ‘House of Cards’ ou ‘Game of Thrones’ [séries de TV]; as pessoas que estão aqui só porque gostam do jogo estão no lugar errado”, disse. “É um momento de união, não de separação.”

Quase todos os candidatos prometem grandes cortes de impostos para conquistar o apoio dos parlamentares -caso da secretária de Relações Exteriores Liz Truss, do ex-secretário Jeremy Hunt, de Javid e Mordaunt, cada um tendo mirado uma taxa.

Sunak minimizou a perspectiva de cortes de impostos e disse que a medida não passa de um “conto de fadas reconfortante” que deixaria as gerações futuras em situação pior.

O Reino Unido enfrenta disparada da inflação, dívida alta e baixo crescimento econômico, com a população lidando com o maior aperto financeiro em décadas. O cenário é agravado pela crise de energia exacerbada pela Guerra na Ucrânia, que aumentou os preços dos combustíveis.

Na questão da imigração, os principais candidatos à liderança se comprometeram a manter a política de governo de enviar imigrantes que entram no país de forma irregular para Ruanda. A justificativa oficial é dificultar a vida de organizações criminosas que praticam tráfico humano.

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