Emergência de saúde pública por varíola dos macacos nos EUA tem impacto no mundo

Entidades criticaram lentidão de Biden, que demorou mais de três semanas desde o primeiro caso da doença para realizar o decreto

Folhapress Folhapress -
Varíola dos macacos causa erupção cutânea. (Foto: OMS)

ISABELLA CAVALCANTE
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Com mais de 6.600 casos de varíola dos macacos registrados nos Estados Unidos, as autoridades de saúde e o governo do presidente Joe Biden declararam nesta quinta-feira (4) que a doença é uma emergência de saúde pública no país. Desde 23 de julho, a OMS (Organização Mundial de Saúde) enfrenta a monkeypox como uma emergência de saúde pública e de preocupação internacional. Entenda o que acontece a seguir e o que muda com o anúncio.

O estado de emergência garante recursos financeiros, compras de mais vacinas contra a doença, contratação de mais funcionários de saúde e melhor atendimento aos infectados. Isso também permite que sejam “puladas” algumas etapas de burocracia para facilitar a aquisição de imunizantes e outros eventuais insumos para enfrentar a varíola dos macacos. Além disso, é um de alerta à população sobre o estado da infecção em solo norte-americano.

Antes da declaração nacional, estados e cidades norte-americanas já haviam decretado a emergência, incluindo Nova York, Califórnia, Illinois e São Francisco.

Entidades criticaram lentidão de Biden, que demorou mais de três semanas desde o primeiro caso da doença para decretar emergência.

A mídia norte-americana, como a CNN, acredita que o presidente demorou a fazer a declaração para que o país conseguisse estocar o máximo de vacinas contra a varíola dos macacos antes de liberar verbas para novos imunizantes.

Os Estados Unidos já estão vacinando contra a monkeypox, mas os estados que participam da campanha dão preferência ao grupo até agora mais comumente contaminado com a varíola dos macacos. Em Los Angeles, o site de saúde pública diz que são elegíveis para a imunização “homens gays, bissexuais e transgêneros com mais de 18 anos e que fizeram sexo com vários parceiros ou com desconhecidos nos últimos 14 dias”.

Em Washington DC, a vacinação começará amanhã e a recomendação é a mesma, mas incluindo profissionais do sexo independente de gênero ou orientação sexual, além de trabalhadores de lugares onde há atividade sexual, como clubes e saunas.
Apesar disso, é importante ressaltar que esse não é o único grupo se infectando com a monkeypox e qualquer pessoa pode contrair a doença.
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O Brasil ainda aguarda a chegada de 50 mil doses da vacina, que virão pela OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) ainda em agosto. O governo de São Paulo debate com o Ministério da Saúde qual será o público-alvo no primeiro momento.

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga tem expectativa que o país consiga produzir a vacina em solo brasileiro, com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Instituto Butantan.

O Brasil já tem mais de mil casos de varíola dos macacos e na segunda-feira, boletim divulgado pelo Ministério da Saúde registrou 1.369 casos da doença, a maioria deles em São Paulo e no Rio de Janeiro. A pasta trata a doença como um surto, que é o primeiro estágio da evolução de contágio, antes de epidemia e pandemia, como aconteceu com a Covid-19.

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