Vilarejo encantado pouco conhecido em Goiás é o destino ideal para quem procura sossego

Artesanato da região, que é produzido com materiais do povoado, é difundido em todo país e já chegou ao papa

Emilly Viana Emilly Viana -
Artesanato produzindo por artista do povoado de Olhos D’Água. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

A 135 km de Goiânia, o povoado Olhos D’água ganhou fama internacional pelo rico artesanato e preservação das raízes goianas. Considerado um distrito do município de Alexânia, o lugar tem atraído quem procura por descanso e tranquilidade.

Olhos D’água não tem tantas atrações turísticas como cachoeiras e museus ou opções diversas de hospedagem como em outros destinos mais badalados. Porém, segundo a artesã Maria de Fátima Dutra, conhecida na região como Fatinha, a maior parte dos visitantes buscam justamente o sossego e a simplicidade das construções.

“É um lugar pacato e com muitos costumes de antigamente. É cheio de cultura, pois dezenas de moradores fazem o artesanato com materiais da região, e é assim também com a comida que você vai encontrar nos restaurantes”, descreve.

Fatinha conta ao Portal 6 que até os bares do vila procuram manter as ‘relíquias do tempo’, como os antigos balcões de madeira e garrafas de pinga na prateleira. “E ainda tem sempre com alguém disposto a conversar e contar as histórias da cidade”, brinca.

Apesar de rústico, o distrito já conta com energia elétrica em todas as casas, sinal de celular e internet banda larga. A estrutura permite que a artesã divulgue o trabalho que produz desde criança nas redes sociais. “Já ultrapassei as fronteiras de Olhos D’água. Hoje, eu e várias amigas levamos nossa arte para todo o Brasil. No último evento que estive, em Fortaleza, esgotou tudo”, relata.

Talento internacional

Utilizando somente a palha do milho que ela mesma cultiva, Fatinha confecciona santas, anjos e guirlandas. “Herdei o dom da minha mãe e da minha vó. E é uma tradição que faço questão de levar para as próximas gerações”, assegura.

O sucesso das criações fez com que ela recebesse um convite, que partiu da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para produzir uma peça para o papa Francisco. “Foi um grande presente para mim e me dediquei muito, coloquei muito amor no trabalho. Quando vi a foto dele segurando a santa no Vaticano, não contive as lágrimas”, narra.

Os artistas locais, segundo a artesã, contam com a projeção da tradicional Feira do Troca, que ocorre duas vezes por ano – no primeiro domingo de junho e de dezembro. “É uma tradição que abriu portas para a cidade. Hoje tenho visto um maior movimento e investimento, com a construção de pousadas”, afirma.

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