Morte Súbita Abortada! O que isso tem a ver comigo e com você?

"Quanto mais gente treinada e quanto mais desfibriladores disponíveis, mais vidas podem ser salvas. Quem sabe as nossas ações aos pouquinhos podem melhorar ainda mais nossas chances de sobrevivência"

José Fernandes José Fernandes -
(Foto: Reprodução)

Há exatos vinte dias, um menino de 12 anos de idade morreu após cruzar a linha de chegada de uma corrida de rua promovida pela Prefeitura de Anápolis.

A próxima corrida já tem data para acontecer. Será daqui uma semana e quero publicamente elogiar a Diretoria de Esportes e a empresa que está executando a organização, pelos cuidados preventivos aos atletas, adotados nessa próxima etapa.

Não tenho certeza se observaram em nossas redes sociais, críticas construtivas acerca desse trágico episódio, mas agora consta os cuidados que os participantes devem ter.

No artigo 13º do Regulamento, é claro: “ Todos os atletas participantes deverão se submeter a uma rigorosa avaliação médica para a realização da prova (…)”.

Cumprimento por essa exigência criada, que já deveria ter sido implementada desde a primeira corrida.

Quero citar mais dois exemplos: Antônio, meu amigo de infância que tinha 42 anos. Era saudável e morreu subitamente jogando futevôlei, há 4 meses. O outro caso, aconteceu hoje. Fizemos a necropsia de uma pessoa que foi realizar uma perícia e morreu enquanto estava nas dependências de um órgão público, que não era hospital.

13% das pessoas morrem subitamente.
60% dessas mortes acontecem em casa.
80% é Infarto Agudo do Miocárdio.

Muitas vezes, as vítimas recebem de familiares os primeiros atendimentos, e até 10% das pessoas sobrevivem a uma parada cardíaca fora do hospital. Com atendimento de um leigo, a probabilidade de sobrevivência chega a 22%.

Você sabe o que fazer se uma pessoa tiver um mal súbito ao seu lado? Quem sabe isso aconteça, você pode salvar uma vida.

Não é minha intenção ensinar técnicas de reanimação, mas as pessoas podem ter as seguintes ações se isso acontecer:

1) Chame o SAMU
2) Chacoalhe a vítima e se nada acontecer, comece a comprimir o tórax bem no centro. Na altura onde fica as medalhas que usamos.
3) Faça no ritmo da música Staying Alive do Bee Gees. “Ah! Eu não conheço essa música”. Beleza! O “créu” você conhece? Faz na velocidade 3.

4) Enquanto o Desfibrilador não chega, faz só compressão e não perca tempo fazendo boca a boca. Comprima, comprima como se não houvesse amanhã. Se cansar, peça pra alguém te ajudar.

5) Quando chegar o Desfibrilador, PARE IMEDIATAMENTE. A estrela principal é esse aparelho.

Alguns críticos podem apontar que esses passos se tratam de massagens cardíacas ineficazes, mas essas são as recomendações dos especialistas da American Heart Association (AHA), quando o atendimento é feito por leigos fora do hospital.

O atendimento feito por profissionais da saúde é diferente e seguem o BLS e o ACLS. Não importam essas abreviaturas. O que importa é toda população conhecer esses cinco passos.

Quanto mais gente treinada e quanto mais desfibriladores disponíveis, mais vidas podem ser salvas. Quem sabe as nossas ações aos pouquinhos podem melhorar ainda mais nossas chances de sobrevivência.

É isso!

José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo MDB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.

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