Empresa de Goiânia desenvolve modelo de avião nunca antes produzido no Brasil

Aeronave, cujo valor equivale a "uma SUV de luxo' está disponível para venda nos próximos meses e já conta com, pelo menos, 20 clientes interessados

Emilly Viana Emilly Viana -
Em primeiro plano, Klézio Marinho, junto com equipe e avião ao fundo (Foto: Reprodução)

Encurtar a distância entre cidades que não possuem linhas aéreas. Este é o objetivo da aeronave F.I.T.S. F2, a primeira com três lugares a ser aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no país. O projeto, que é desenvolvido em Goiânia, deve ganhar o mercado já em 2023.

Ao Portal 6, o empresário e aviador Klézio Marinho explica que a aposta no pioneirismo nasceu pela forte demanda por aviões leves, seguros e projetados para trajetos mais curtos. Além de piloto, Marinho é sócio da F.I.T.S. Aero, empresa goiana que já investiu 15 mil horas de engenharia no novo veículo.

“Nós criamos, do zero, uma aeronave para dar autonomia e conforto para quem a utiliza, seja como passageiro ou como condutor. Também fizemos tudo conforme a filosofia crashworthiness, para que os ocupantes sintam o menor impacto possível dentro do veículo. A ideia é otimizar o tempo dos empresários brasileiros, com foco em segurança”, afirma.

O empresário ressalta que o avião não é experimental e que deve estar disponível para encomenda no primeiro semestre do ano que vem. Antes mesmo de sair do papel, ele já contava com 20 clientes interessados em adquirir o veículo inédito. “Nós vivemos em um país continental, com mais de 5 mil cidades e menos de 4% delas são atendidas por linhas aéreas. Então a expectativa é de muita procura, por todo o país”, expõe.

Além de ser utilizado para interesses corporativos, a aeronave também poderá atender as escolas de aviação. Isso porque o modelo foi projetado de modo a facilitar o manuseio por pilotos iniciantes. “É dócio, vai muito bem em pistas curtas e a manutenção é bem mais fácil de ser realizada. Sem falar que toda a aeronave tem paraquedas, então diante de qualquer problema é só acionar o sistema e ela fará um pouso seguro”, explica.

O custo, segundo Marinho, é estimado para equivaler a “um carro SUV de luxo”. “Vai dar muita praticidade, porque às vezes o cliente vai poder aprender a pilotar no próprio avião que comprou. A logística do estado melhora e a frota brasileira para formação de pilotos, que tem em média 43 anos, seria renovada”, aponta.

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