Vereador quer instalar CEI na Câmara para investigar Prefeitura, mas ainda não tem assinaturas

Suender precisa de apoio de sete colegas para conseguir emplacar comissão. Investigação diz respeito a operação do MP

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Policial Federal Suender é vereador pelo PRTB. (Foto: Ismael Vieira)

O vereador Suender (PRTB) apresentou nesta quarta-feira (14), na Câmara de Vereadores, um requerimento para instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) que miraria a Prefeitura de Anápolis. O pedido, porém, ainda não conta com as assinaturas necessárias.

O parlamentar cobra informações a respeito de supostos alvos da investigação Operação Limpeza Geral, deflagrada na última quarta-feira (07). Na ocasião, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu um mandado de busca e apreensão no Centro Administrativo.

Suender afirmou que solicitou à Procuradoria-Geral do Município (PGM) uma investigação de controle interno e, segundo ele, não houve retorno.

“Diante dessa ausência do Poder Público, do Executivo em especial, promover uma investigação interna, ou pelo menos me comunicar que assim o fez, percebi uma necessidade da Câmara também proceder a investigação, bem como trabalhar uma linha de apuração, pois há dinheiro público envolvido na situação”, apontou.

O parlamentar diz que, uma vez que não houve resposta da PGM, instaurar a CEI permitira que a Casa participasse ativamente das investigações.

“Como a Câmara é um órgão que fiscaliza essas questões do erário público, eu então apresentei um requerimento em plenário no dia 14 de dezembro, para que instaurasse a CEI para que pudesse apurar os fatos que já são notórios, pois houve uma operação do Ministério Público”, afirmou.

Sem assinaturas

Para instalação de uma CEI, são necessárias oito assinaturas. Até aqui, apenas a do próprio Suender consta no requerimento. O parlamentar alega que já procurou alguns colegas.

“Eu já os convidei de forma geral dentro da sessão plenária, eu dei a ciência desse requerimento que estaria comigo, e também fazendo gestão junto a cada vereador. Eu não contactei diretamente a todos, mas dos que eu já contactei de forma ainda não tão incisiva, não tive apoio ainda das assinatura. Então, ainda não consegui nenhuma assinatura para que pudesse ser instalada essa CEI”, revelou.

Assim que a comissão for instaurada, o Legislativo terá todas as prerrogativas necessárias para investigar os fatos, o que envolve oitivas e quebras de sigilos, estando tudo dentro da legalidade.

O que a Prefeitura diz sobre a Operação Limpeza Geral 

“A Prefeitura de Anápolis informa que todos os contratos com as empresas citadas foram firmados antes das informações preliminares trazidas pela “Operação Limpeza Geral” sobre possíveis fraudes que tinham como objetivo lesar o poder público municipal. Vale ressaltar que a Prefeitura de Anápolis figura neste processo como vítima da possível organização criminosa apontada na operação e que está auxiliando as autoridades competentes em todas as demandas solicitadas”, afirmou o Poder Executivo em nota encaminhada ao Portal 6.

Empresas firmaram contratos em Anápolis entre 2011 e 2022

Entre 2011 e 2022, nove empresas citadas na Operação Limpeza Geral firmaram um total de 51 contratos com a Prefeitura de Anápolis. A soma dos serviços contratados é de R$ 11.917.666,87, conforme mostrou o Portal 6.

Elas também assinaram contratos com a Câmara, cujos valores ficaram na casa de R$ 507 mil.

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