Goianos presos em Brasília não buscam serviço de assistência jurídica gratuito da Defensoria Pública

Canais de atendimento da DPE foram abertos na última quinta-feira, mas não registram demanda por parte dos detidos nos ataques

Emilly Viana Emilly Viana -
Cenas do ato terrorista em Brasília em 08 de janeiro. (Foto: Marcelo Camargo/EBC)

Após cinco dias no ar, os canais de atendimento da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), criados exclusivamente para pessoas detidas por participação na invasão golpista dos Três Poderes em Brasília, não têm demanda. Acredita-se que o perfil socioeconômico dos envolvidos nos atos antidemocráticos seja a principal causa da ausência de procura por assessoria jurídica gratuita.

O serviço foi criado na última quinta-feira (12) e, desde então, apenas duas pessoas entraram em contato com a DPE e solicitaram informações. Os diálogos, contudo, não evoluíram para atendimentos e a Defensoria segue sem ser solicitada para atuar nos casos de investigados. Os canais são e-mail [email protected] ou pelo celular (62) 98332-0157, inclusive por Whatsapp.

Até a semana passada, a Polícia Federal (PF) havia identificado pelo menos 950 moradores de Goiás que estiveram presentes nos atos terroristas em 8 de janeiro na capital federal. Entre eles, estavam servidores públicos, militares e até políticos, que publicaram imagens nas redes sociais durante a barbárie.

No total, 1.398 pessoas foram presas em flagrante. A PF, porém, não divulgou quantas destas são de Goiás. Cerca de 600 detidos considerados “hipervulneráveis”, tais como idosos com mais de 65 anos de idade e pessoas com comorbidades graves, foram liberados pela polícia após interrogatório.

O restante dos presos foi encaminhado ao presídio da Papuda e à penitenciária feminina da Colmeia, ambos no Distrito Federal. Segundo apuração da Folha de São Paulo, durante audiências de custódias, golpistas reclamaram aos juízes do conforto de suas celas, citando falta de água gelada para beber, de wi-fi e pela qualidade da comida.

As queixas levam os órgãos a crer que a falta de procura por assistência jurídica gratuita esteja ligada ao perfil socioeconômico destas pessoas, que não estariam em situação de vulnerabilidade – pré-requisito para receber o apoio da Defensoria.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade