Parlamentares evitam comentar fala de Roberto, mas PT municipal rebate: “Ele mente”

Somente um dos citados pelo prefeito se pronunciou, mas diretório municipal fez críticas e chamou Meu Lote, Minha História de 'programa de fachada'

Rafael Tomazeti Rafael Tomazeti -
Rimet Jules, presidente do diretório municipal do PT em Anápolis. (Foto: Reprodução/Instagram)

Três dos quatro parlamentares do PT provocados nesta terça-feira (31) pelo prefeito Roberto Naves (PP) preferiram não comentar as declarações do chefe de Executivo, que afirmou que a sigla tem tomado ‘ações que visam o mal de Anápolis’ e ‘precisa tirar o ódio do coração’.

Roberto citou nominalmente os vereadores Marcos Carvalho e Lisieux Borges, além dos deputados Rubens Otoni e Antônio Gomide e pediu que eles se pronunciassem.

Dos parlamentares mencionados pelo prefeito, somente Marcos se posicionou. O vereador afirmou que “defende a ampliação das políticas de moradia” e lembrou que foi favorável ao projeto Meu Lote, Minha História na Câmara.

“Se há questões para ajustar, é importante que se faça. Defendemos que idosos, mães solos e famílias com crianças com necessidades especiais sejam prioridade no processo”, ponderou.

O deputado federal Rubens Otoni disse ao Portal 6 que não iria comentar o caso. Antônio Gomide e Lisieux Borges prometeram resposta, mas não enviaram até a publicação desta matéria.

PT Anápolis contra-ataca

Por outro lado, o diretório municipal do PT se pronunciou oficialmente e criticou a gestão de Roberto Naves. Segundo nota da presidência da sigla na cidade, nos seis anos de mandato, nenhuma casa popular foi entregue. “Com o Minha Casa Minha Vida o PT entregou mais de 7 mil imóveis na cidade, com toda estrutura”, comparou.

O presidente municipal da legenda, Rimet Jules, ainda disse que Roberto “mente quando diz que somos contra programa social”. E seguiu: “o que ele criou aqui foi um programa de fachada, que na verdade entrega as melhores áreas públicas, incluindo áreas verdes e destinadas a escola e unidades de saúde para os grandes empresários. O mote é doação de lote, mas o que está por trás são os interesses da especulação imobiliária”.

O dirigente partidário frisou que o PT não é contra a doação de lotes, mas não apoia “a entrega do patrimônio público para os grandes empresários”.

Entenda a disputa

O prefeito Roberto Naves (PP) criticou nesta terça-feira (31) o PT pelo que chamou de ‘ações que visam o mal’ de Anápolis. A declaração foi dada a partir de um questionamento sobre o pedido do Ministério Público de Goiás para suspensão do programa ‘Meu Lote, Minha História’.

“Quero escutar o vereador Lisieux Borges, o vereador Marcos, o ex-prefeito Antônio Gomide, o deputado federal Rubens Otoni, para saber se é isso que o PT quer para a cidade de Anápolis. O que eles estão demonstrando, até que se posicionem, é uma omissão. Preciso que se posicionem para a que a população saiba o que cada um deles pensa”, cobrou.

Roberto disse que os petistas “precisam tirar o ódio do coração”, que ele atribui a derrotas recentes da sigla na cidade.

“Não é porque vêm de três derrotas na cidade – uma do João Gomes para o prefeito Roberto Naves, outra do Antônio Gomide para o prefeito Roberto Naves e agora uma derrota onde a primeira-dama Vivian Naves foi a mais votada em cima do deputado Antônio Gomide – eles não podem transformar isso em ações que visam o mal da nossa cidade. Precisam mostrar que gostam de Anápolis”, afirmou.

A bronca de Roberto tem como pano de fundo o pedido do diretório municipal do PT para que o Ministério Público investigasse o programa Meu Lote, Minha História.

O partido, ainda em 2022, levou o caso ao MP. No dia 20 de janeiro, o órgão recomendou a suspensão do projeto habitacional, que promete doar 2,8 mil lotes a famílias carentes da cidade.

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