Roberto diz que PT precisa ‘tirar ódio do coração’ e desafia políticos do partido

Declaração do prefeito vem num momento em que movimentação do partido levou a pedido para suspensão de programa habitacional

Rafael Tomazeti Rafael Tomazeti -
Prefeito Roberto Naves (Foto: Divulgação/Prefeitura de Anápolis)

O prefeito Roberto Naves (PP) criticou nesta terça-feira (31) o PT pelo que chamou de ‘ações que visam o mal’ de Anápolis. A declaração foi dada a partir de um questionamento sobre o pedido do Ministério Público de Goiás para suspensão do programa ‘Meu Lote, Minha História’.

O político lembrou da ação movida pela então vereadora Geli Sanches (PT), que travou a implementação do Politec e afirmou que fica ‘chateado’ com a ‘omissão’ de parlamentares eleitos do partido. Ele citou nominalmente os deputados Rubens Otoni e Antônio Gomide e os vereadores Marcos Carvalho e Lisieux Borges.

“Quero escutar o vereador Lisieux Borges, o vereador Marcos, o ex-prefeito Antônio Gomide, o deputado federal Rubens Otoni, para saber se é isso que o PT quer para a cidade de Anápolis. O que eles estão demonstrando, até que se posicionem, é uma omissão. Preciso que se posicionem para a que a população saiba o que cada um deles pensa”, cobrou.

Roberto disse que os petistas “precisam tirar o ódio do coração”, que ele atribui a derrotas recentes da sigla na cidade.

“Não é porque vêm de três derrotas na cidade – uma do João Gomes para o prefeito Roberto Naves, outra do Antônio Gomide para o prefeito Roberto Naves e agora uma derrota onde a primeira-dama Vivian Naves foi a mais votada em cima do deputado Antônio Gomide – eles não podem transformar isso em ações que visam o mal da nossa cidade. Precisam mostrar que gostam de Anápolis”, afirmou.

“Tem coisa errada dentro do PT”

O prefeito ainda disse que “tem alguma coisa errada dentro do PT” e que “isso vai vir à tona a partir do momento que os quatro integrantes que foram eleitos se pronunciarem”.

Roberto considera que o partido quer promover a política do ‘quanto pior, melhor’ e ainda desafiou: “Fica o convite para que esses quatro membros se pronunciem. Eles são a favor de atender essas 3 mil famílias ou são contra? Preciso escutar vocês, pois a cidade de Anápolis quer saber o que vocês pensam.”

“Daqui dois anos estarão batendo na porta dessas pessoas que não têm moradia, que pagam aluguel e são carentes, para pedir voto. Eles precisam ser verdadeiros e dizer o que querem para Anápolis. Esses quatro sabem que não há nenhuma irregularidade no Meu Lote, Minha História, como não teve nenhum outro programa da Prefeitura”, concluiu.

Judicialização é pano de fundo de disputa

A bronca de Roberto tem como pano de fundo o pedido do diretório municipal do PT para que o Ministério Público investigasse o programa Meu Lote, Minha História.

O partido, ainda em 2022, levou o caso ao MP. No dia 20 de janeiro, o órgão recomendou a suspensão do projeto habitacional, que promete doar 2,8 mil lotes a famílias carentes da cidade.

O promotor de Justiça Lucas César Costa Ferreira, que assina a petição, cita que a lei municipal promulgada para garantir o programa “não pode desafetar áreas verdes ou institucionais, mesmo que com o propósito de atender programas habitacionais, sob pena de incidir em flagrante inconstitucionalidade”, uma vez que a Constituição do Estado de Goiás veda a mudança de destinação, fim e objetivos originais desses terrenos.

Em contrapartida, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) garantiu que o Meu Lote, Minha História está dentro da lei, pois o município tem direito “quanto a afetação e desafetação de suas áreas, considerando as necessidades sociais e o fato de que a destinação inicial de uma área pode ser revista com o passar do tempo, conforme a dinâmica da sociedade.”

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