Entenda por que é importante que as mulheres cuidem da saúde do coração

Nas últimas décadas a doença cardiovascular foi reconhecida como a principal causa de morte entre as mulheres

Rizek Hajjar Gomides Rizek Hajjar Gomides -
(Foto: Ilustração/Freepik)

No Dia Internacional da Mulher, devemos chamar atenção para as doenças cardiovasculares mais prevalentes nas mulheres e assim traçar ações estratégicas para reduzir a prevalência de fatores de riscos, melhorar o diagnóstico e a abordagem terapêutica, reduzindo assim os desfechos cardiovasculares, com impacto na saúde física, mental e espiritual das mulheres brasileiras.

Nas últimas décadas a doença cardiovascular foi reconhecida como a principal causa de morte entre as mulheres. Sabe-se que certos momentos do ciclo biológico feminino representam potenciais riscos para tais doenças.

A principal causa de morte é isquêmica coronariana, que muitas vezes não chega a ser diagnosticada.

Elas apresentam veias coronárias mais finas, que podem ter mais espasmos e mais doenças de microcirculação, muitas vezes não sendo detectados no cateterismo.

É necessário uma mudança de paradigma em diferentes frentes, pois a mulher é subtratada, subdiagnosticada e sub estudada. O número de mulheres em grandes estudos geralmente é bem menor.

São diversos os fatores de risco para doença cardiovascular na mulher em situações que não acometem os homens.

Na menopausa, a mulher perde a proteção do estrogênio, hormônio que desempenha um importante papel na saúde do endotélio vascular, área onde se formam as placas de gordura no coração.

Quais os principais fatores de riscos?

Diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol aumentado), tabagismo, obesidade e sedentarismo.

Já na idade reprodutiva, pode ocorrer: pré-eclâmpsia ou eclampsia na gravidez.

Sendo que uma mulher mais velha que sofreu com a complicação na gestação possui maior risco cardiovascular do que aquelas que não tiveram a condição.

Há outros fatores específicos que são exclusivos da mulher, como:

Síndrome dos ovários policísticos, uso de contraceptivo hormonal, doença hipertensiva da gravidez, eventos adversos da gravidez, terapia hormonal da menopausa, riscos agregados às doenças inflamatórias e autoimunes (artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico) e distúrbios depressivos.

Assim, o diagnóstico e o acompanhamento de perto deve ser feito não somente pela área da ginecologia mas também pela cardiologia e demais especialidades.

Referência Bibliográfica:

Oliveira et al. Posicionamento sobre a Saúde Cardiovascular nas Mulheres – 2022. Arq Bras
Cardiol. 2022; 119(5):815-882.

Rizek Hajjar Gomides é médico, formado pela Uniceplac – Brasília. Especialista em Clínica Médica pelo Hospital IGESP – SP. Especialista em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – InCor. Fellow em CardioOncologia pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP e InCor.

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