Ministério Público denuncia 06 policiais militares por sequestro e tortura em Goiânia

Fato teria ocorrido em janeiro deste ano e envolveu um sargento, dois cabos e três soldados

Da Redação Da Redação -
Sede do Ministério Público do Estado de Goiás. (Foto: MP-GO/Divulgação)

Após denúncia do Ministério Público (MP), uma audiência de qualificação foi promovida pelo Juízo da Auditoria Militar, na quarta-feira (08), contra seis policiais militares (PMS), que no início do ano se envolveram em um caso de tortura.

Os suspeitos de participação denunciados são: o 2° sargento Márcio Junqueira da Silva, os cabos Gabriel Vinícius Lourenço Freitas e Celimar dos Santos Ferreira, e os soldados Guilherme Carrijo Alvarenga, Lúcio Monsef Ferreira e Iago Henrique Costa Silva.

Os PMs foram denunciados pelos crimes de sequestro, cárcere privado, extorsão, tortura confissão, associação criminosa, inovação artificiosa, tráfico de drogas, falsidade ideológica e falso testemunho/perícia.

O fato ocorreu em janeiro desde ano e desde o ocorrido, os agentes se encontram recolhidos no Batalhão Anhanguera. Se forem condenados, o somatório das penas pode chegar a 40 anos de prisão.

Entenda o caso

De acordo com relato da vítima ao MPGO, no dia o7 de janeiro, por volta das 20h, ela dirigia juntamente com o companheiro, um casal de amigos e uma criança, quando em um determinado momento, foi abordada.

Os ocupantes se apresentaram como policiais, apesar do veículo estar descaracterizado. Pouco depois, ocupantes de outro veículo, também sem identificação, se juntaram a abordagem.

Foram posteriormente identificados como os soldados Guilherme Carrijo Alvarenga, Lúcio Monsef Ferreira e o cabo Gabriel Vinícius Lourenço Freitas, acompanhados do sargento Márcio Junqueira da Silva.

Juntamente com o segundo veículo, chegaram em uma viatura caracterizada o cabo Celimar dos Santos Ferreira e o soldado Iago Henrique Costa Silva.

De acordo com a mulher, foram exigidos R$ 50 mil e uma determinada quantidade de crack durante a abordagem.

Ao negar o pedido, os agentes a colocaram na “gaiola” da viatura e a levarem, juntamente com os outros passageiros, nos carros descaracterizados, a um posto de combustível.

Um dos agentes foi dirigindo o carro da vítima, que foi deixado no posto. Na sequência, os levaram até uma área remota no setor Boa Vista, no fim da Av. Goiás Norte.

Atravessaram uma estrada, parando em uma clareira. No local, a vitima foi separada dos demais e submetida a agressões e tortura.

Os agentes só pararam com a promessa de receberem cigarros, que a vítima alegou possuir em casa. Ao chegarem na residência, dois dos homens invadiram o local, sem qualquer autorização judicial.

Foram feitas buscas, mas ao constatarem a ausência dos itens, retornaram ao posto de combustível e os libertaram, exceto o companheiro da vítima.

Ele continuou detido e foi levado ao estacionamento de um comércio da região, onde foi forjado um flagrante. Ele foi conduzido à Central de Flagrantes e foi registrado o crime de tráfico de drogas.

Segundo o MPGO, no Registro de Atendimento Integrado (RAI) da ocorrência foram inseridas declarações falsas, de que ele havia sido abordado sozinho, por volta das 23h, portando drogas e apetrechos.

A ocorrência foi desmentida através do extrato de georreferenciamento da viatura, consultado pela investigação a pedido do MPGO.

Até o momento desta reportagem, não foi divulgado o posicionamento da Polícia Militar de Goiás (PMGO)

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