Mãe revela motivos que a fizeram abandonar Anápolis para salvar neném diagnosticada com câncer agressivo

"Como eu me sujeito a voltar para uma cidade que não dá nenhum suporte para a dor?", desabafou

Davi Galvão Davi Galvão -
Em vídeo, mãe explicou os motivos que a fizeram abandonar Anápolis, pelo bem da filha. (Foto: Reprodução/@synthi.hellen)

Originalmente moradora de Anápolis, Synthi Hellen recentemente gravou um vídeo explicando os motivos que a levaram abandonar de vez a cidade e o porquê de – pelo bem da filha dela – a pequena Maria Cecília, de apenas 1 ano, não mais retornar para a cidade.

A bebê sofre de osteossarcoma, um tipo extremamente agressivo de câncer ósseo. Ele já teve de, inclusive, realizar a amputação da perna esquerda, por conta do agravamento da doença e hoje em dia não consegue mais se sentar e muito menos ficar de pé. Apesar disso, conta com o apoio incondicional da mãe.

Em primeiro lugar, com relação à saída de Anápolis, Synthi deixou claro que o intuito do vídeo era que servisse como um alerta para todos os pais que possuem filhos bebês, ou mesmo, crianças.

Logo ao sair da cidade e buscar atendimento na capital, ela contou que a bebê já chegou e rapidamente a equipe médica que passou a acompanhá-la iniciou o tratamento com morfina e diversos analgésicos fortes, além de interná-la, justamente por conta da dor.

No entanto, lá no começo, quando ainda estavam em Anápolis, a história foi bem diferente.

Experiência em Anápolis

Assim que descobriram o câncer na filha, a pequena foi encaminhada para um ortopedista pediátrico que, apesar de ser referência até na capital, ainda foi, nas palavras dela, extremamente negligente.

“Esse médico deixou a Maria Cecília por um mês e meio sem tomar nenhum tipo de remédio […] Deixou ela todo esse tempo sentindo dor”, afirmou.

“Eu, como mãe, não consigo imaginar como uma pessoa consegue deitar no travesseiro e dormir com a consciência limpa, depois de fazer isso com um bebê”, continuou, indignada.

Maria Cecília com o vestido do aniversário de 1 ano. (Foto: @synthi.hellen)

Ela ainda fez um apelo para a classe médica, para que os futuros profissionais não foquem apenas na área em que escolheram se especializar, mas também tenham mais empatia e sensibilidade com a dor dos pacientes, especialmente crianças.

O que impede um retorno

Além disso, ela contou qual é o grande motivo que a impede de retornar para Anápolis. Nas palavras de Synthi, a cidade não tem a capacidade ou a mão de obra – no caso, médicos – qualificados o suficiente para darem um tratamento humano ao pouco tempo de vida que resta à filha.

“Como eu me sujeito a voltar para uma cidade que não dá nenhum suporte para a dor, onde é difícil os médicos darem uma dipirona? Minha filha precisa tomar várias gotas de morfina, de quatro em quatro horas, de tanto que ela sofre”, continuou.

Por fim, ela destacou que, apesar de buscar os melhores tratamentos paliativos para a filha, continua buscando alternativas para a pequena.

“Apesar de a medicina falar que não tem mais jeito, eu, como mãe, não posso desistir. Hoje em dia há vários estudos em andamento e estamos organizando os trâmites para que ela possa ir para fora [do país]”, finalizou.

 

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