Comurg será investigada por suspeitas de fraude e irregularidades em Goiânia

Vereadores instalaram comissão para apurar denúncias e trabalhados devem ter início ainda nesta semana

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Fachada da Comurg, em Goiânia. (Foto: Reprodução)

A Câmara de Goiânia instalou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar suspeitas de fraudes e irregularidades na gestão da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg).

Conforme denunciado pelo presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), a empresa teria recebido um adiantamento de R$ 8 milhões da Prefeitura para a realização de obras, em junho de 2021.

No entanto, esse procedimento não é permitido, o que pode se configurar como improbidade administrativa. Para piorar, algumas dessas construções não teriam saído do papel até hoje.

Outra denúncia é de possíveis fraudes cometidas pela gestão, da Comurg. Isso porque a companhia estaria recolhendo do salário dos servidores, destinado ao Instituto Municipal de Assistência à Saúde (Imas), mas não estaria fazendo os repasses ao órgão. Assim, o valor acumulado de dívidas chega a R$ 14 milhões.

Em situação similar, a empresa ainda está deixando de pagar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), apesar de continuar descontando os valores das folhas de pagamento dos trabalhadores.

Além do mais, diversos fornecedores que prestaram serviços para a Comurg se queixam de não terem sido pagos pela companhia.

Ao Portal 6, o vice-presidente da CEI, Welton Lemos (Podemos), afirmou que será feita uma apuração detalhada da situação, para confirmar se essas fraudes apontadas são, de fato, reais.

“A investigação vai ser feita de uma forma técnica, reunindo todas as provas e vamos trabalhar para que essas irregularidades, caso se confirmem, sejam sanadas. O nosso objetivo é resgatar a vida dessa companhia”, explicou.

Já o vereador Pedro Azulão Jr. (PSB), que também faz parte da CEI, disse à reportagem que ainda é cedo para ‘apontar dedos’ e que os membros da comissão estarão atentos a todas as denúncias que forem recebidas.

“Se for descoberto que existe, de fato, isso que foi apontado pelas denúncias, pode ser que algumas pessoas sejam presas. Mas ainda é muito cedo para fazer julgamentos. Nós vamos pedir documentos, convocar pessoas para que sejam ouvidas e entender o que de fato aconteceu”, detalhou o parlamentar.

Os primeiros trabalhos da CEI terão início nesta sexta-feira (17), em reunião que decidirá as ações que deverão ser tomadas e a ordem de prioridades da comitiva.

A Comurg se posicionou sobre o caso na tarde desta quarta-feira (15), em nota ao Portal 6. Confira:

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) informa o que segue:

– Todos os procedimentos adotados nos contratos foram precedidos de pareceres jurídicos, técnicos e administrativos, bem como obedeceram a legislação de regência.

– Valores foram repassados para o custeio de materiais, insumos e mão de obra das referidas obras.

– Das 50 obras, 42 foram concluídas e 8 serão finalizadas nos próximos dez dias, devido à atipia do período chuvoso, cujo excesso de chuvas, somado à umidade, atrasou o andamento das obras.

-A Comurg é uma empresa pública pertencente à municipalidade, de modo que o recurso saiu da Prefeitura de Goiânia para a própria prefeitura. Importa ainda dizer que a verba é oriunda de emendas impositivas, ou seja, verba carimbada com destinação específica, qual seja a construção de praças.

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