Mãe de bebê que morreu na UPA diz que médicos negaram atendimento e fará protesto

"Foi muito injusto o que fizeram com a Maria", lamentou a genitora, que afirmou que lutará pela resolução do caso

Davi Galvão Davi Galvão -
Maria Alice, de apenas cinco meses, faleceu na UPA pediátrica de Anápolis. (Foto: Arquivo Pessoal/Renata da Silva Bezerra)

O caso da pequena Maria Alice, que faleceu aos cinco meses de vida. no último dia 15 de abril, na UPA Pediátrica de Anápolis, ainda é uma ferida aberta para a família, especialmente para a mãe, Renata da Silva Bezerra, de 25 anos.

A dona de casa agora busca Justiça para a bebê e está organizando um protesto em frente à unidade de saúde, no dia 20 deste mês.

A concentração, conforme explicou Renata ao Portal 6, será às 14h, e é uma forma de buscar respostas do Poder Público sobre o caso da filha que, segundo ela, “está tratando o caso de maneira negligente.”

“A gente só quer o apoio da população, porque foi muito injusto o que fizeram com a Maria”, lamentou.

Renata disse também que lutará por uma resolução, para que nenhuma mãe tenha que passar pelo que ela sofreu.

“Foram dias que acabaram com a minha vida, com meu psicológico. Mas, diante de tudo, Deus está me dando força, porque a justiça vai ser feita, porque Deus é justo”, desabafou.

Dificuldade de atendimento

À reportagem, a dona de casa enviou um documento, que teria sido emitido na UPA Pediátrica e que relata detalhes do atendimento recebido pela criança durante o período em que este na unidade.

Nele, consta que uma médica teria se recusado a ver a criança durante a madrugada do próprio dia 15 de maio, apenas por não ter “um bom vínculo com a mãe, devido a consulta que havia sido realizada mais cedo”.

Minutos antes, um técnico também já teria acionado outro médico por causa da “gemência e hipoatividade da criança”, mas ele teria sido “mal educado, falando que só iria reavaliar a criança após chegar os resultados de exames”.

Relato da mãe

Renata conta que deu entrada com a filha na UPA na manhã do dia 14 de abril. A pequena sofria, desde que nasceu, com Epidermólise Bolhosa, uma doença rara e dolorosa que causa bolhas na pele. Ela foi atendida e liberada, mas voltou a passar mal, retornou à unidade à noite e morreu no sábado (15).

Após o óbito, a mãe acusou o hospital e os médicos que atenderam a filha de negligência. Segundo ela, ao retornar a unidade e ser admitida no consultório, por volta das 22h do dia 14, a médica teria dito que Maria Alice estava apenas tendo uma reação alérgica devido a uma medicação que teria tomado pela manhã.

Renata alega ter sido contrária a este diagnóstico e diz ainda que a profissional de saúde teria afirmado que a situação da neném era normal, pois ela estava apenas sendo ‘dengosa’. A genitora se recusou a sair do consultório até ser novamente atendida e, em resposta, a plantonista teria deixado o consultório e apagado as luzes.

A partir daí, ela conta que se esforçou para que a filha fosse novamente atendida, mas era constantemente orientada a esperar os exames, que seriam liberados às 06h. Entretanto, por volta de 03h30, a pequena começou a apresentar dificuldades para respirar e ficar roxa.

Ainda assim, Renata afirma que os médicos só foram prestar auxílio após a criança desfalecer nos braços dela, momento em que a equipe médica tentou iniciar o processo de reanimação.

“Até hoje, ninguém foi buscar saber do que aconteceu, eu que tive que ir fazer a denúncia, indo sozinha atrás com a minha advogada”, revelou.

O que diz a Semusa

Questionada pelo Portal 6 sobre a causa da morte da criança, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou apenas que “o resultado da autópsia já foi entregue pela Vigilância Epidemiológica à família da paciente.”

A suspeita de meningite, segundo a mãe da criança, foi confirmada.

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