Saiba quais jogos podem ter sido manipulados no Brasileirão série A

Atletas participavam de uma organização criminosa para manipular partidas e lucrar com apostas em sites esportivos

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Torcida do Goiás no estádio Serra Dourada. (Foto: Divulgação / MPGO)

De punição a um jogador por cartão vermelho ou amarelo até escanteios para o time adversário, as táticas utilizadas pelos atletas durante as partidas da Série A do Brasileirão de 2022 para conseguir manipular o resultado dos jogos e lucrar com apostas em sites esportivos variam a depender do jogo, acordo e recurso recebido.  

Até o momento, 08 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio da segunda fase da Operação Penal Máxima, acusadas de influenciarem as disputas ocorridas no campeonato. 

No processo apresentado pelo MP, 08 partidas da série A são citadas na denúncia, além de supostos valores recebidos por cada jogador para cometimento de alguma penalidade. 

Uma delas, segundo o órgão, foi um jogo realizado entre os times Palmeiras e Juventude, no dia 10 de setembro de 2022. 

Na ocasião, o lateral esquerdo Moraes, ex-jogador da Juventude e atual atleta do Atlético-GO, recebeu um cartão amarelo aos 27 minutos do 1º tempo por tentar dar uma rasteira no adversário. Ele recebeu R$ 5 mil antecipado e a promessa final era de um pagamento total de R$ 30 mil. 

Outro jogo apresentado na denúncia foi entre os times Juventude e Fortaleza, no dia 18 de setembro de 2022. Durante a disputa, o zagueiro Paulo Miranda do Fortaleza recebeu um cartão amarelo aos 18 minutos do 1º tempo, após cometer uma falta. O atleta ganhou R$ 5 mil, que foi pago pela conta do meia Gabriel Tota, e o acordo era de que o valor total recebido por ele seria de R$ 60 mil. 

Paulo Miranda e Moraes também foram alvos do MP pelo jogo realizado entre Goiás e Juventude no dia 05 de novembro de 2022. Na data, ambos receberam cartões amarelos aos 4 minutos do primeiro tempo. O zagueiro por reclamar com o árbitro e o lateral por cometer uma falta tática. 

Moraes foi beneficiado com um valor antecipado de R$ 20 mil, enquanto Paulo recebeu um pagamento de R$ 10 mil. Ambos tinham como promessa um acordo final avaliado em R$ 50 mil. 

O jogo entre os times Ceará e Cuiabá, que ocorreu no dia 16 de outubro de 2022, foi mais uma das partidas citadas no documento. Aos 30 minutos do 1º tempo, o lateral esquerdo, Igor Carius, ex-Cuiabá, recebeu uma falta. Ele conquistou R$ 5 mil para a realização do feito. O valor total não foi confirmado. 

Durante a partida entre RB Bragantino e América, no dia 05 de novembro de 2022, o zagueiro Kevin Lomonaco recebeu um cartão amarelo aos 23 minutos do primeiro tempo por tentativa de dar rasteira em um adversário. O jogador foi agraciado com R$ 30 mil antecipados cujo valor poderia atingir R$ 70 mil. 

O zagueiro Eduardo Bauermann foi mais um dos atletas que aceitou participar do esquema e é citado pelo MP. Durante uma partida entre Santos e Avaí, o atleta, que está afastado do Santos, foi orientado a receber um cartão amarelo durante o jogo. Ele recebeu um valor antecipado de R$ 50 mil, mas não conseguiu obter a penalidade. A quantia total não foi confirmada pelo Ministério Público. 

Além dessa partida, o homem também está sendo investigado pelo jogo entre Botafogo e Santos, no dia 10 de novembro. Na ocasião, Eduardo teria sido orientado a ser expulso da partida – o que foi cumprido por ele. A quantia recebida pelo jogador ainda não foi descoberta.

O último jogo na Série A do Brasileirão de 2022 citado na denúncia foi a partida entre Cuiabá e Palmeiras, realizada no dia 06 de novembro. O lateral esquerdo Igor Carius, ex-Cuiabá, aceitou receber um cartão amarelo durante o jogo – o que não ocorreu. A promessa era de um valor final de R$ 60 mil.

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