Entenda por que indústrias de alimentos e produtos químicos tiveram queda na produção em Goiás

Superintendente do IBGE explica fatores que podem estar influenciando nesta desaceleração dos setores

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Agropecuária é um dos principais motores da economia em Goiás. (Foto: Divulgação/ Governo de Goiás).

O último boletim do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) indicou que a produção da indústria goiana registrou queda de 1,4% em março com relação a fevereiro de 2023.

Dentre os setores que mais se destacaram negativamente, o de fabricação de produtos químicos (-27,2%) e os produtos alimentícios (-4,1%), foram dois que chamaram a atenção.

Ao Portal 6, o superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, explicou que existem fatores pontuais que justificam essa redução na produção em Goiás.

Em primeiro lugar, ele apontou a continuidade da taxa básica de juros – taxa Selic – no valor de 13,75%, aliada com uma progressiva redução da taxa de inflação – índice IPCA – gera um aumento do juro real.

De forma simplificada, é como se o valor cobrado pelo empréstimo se tornasse mais caro. Como a indústria em geral depende da tomada de recursos emprestados para se manter, isso acaba sendo prejudicial.

Já ao adentrar nas especificidades de cada área, Edson pontuou que a queda nos produtos químicos segue uma tendência internacional, que acaba impactando o cenário local.

Isso porque houve uma redução nos gastos com produtos minerais (como o fertilizante, produto muito fabricado em Goiás), devido a uma prática de menores preços nas lavouras.

Se tratando do setor alimentício, o superintendente do IBGE em Goiás destacou que a redução no consumo de produtos da carne bovina tem influenciado na diminuição da produção no setor.

“Está acontecendo um cenário de redução da inflação, mas as pessoas ainda estão muito impactadas pela perda de poder de compra ocorrida nos últimos anos e estão tendo que substituir a carne por outros alimentos”, detalhou.

Além disso, o especialista em economia afirmou que a restrição de exportações imposta pela China, há poucos meses, ainda pode estar gerando impactos na economia local.

Isso porque o país asiático é um dos principais mercados consumidores dos produtos agropecuários produzidos no estado.

Por fim, o representante do IBGE analisou que esse cenário atual pode se reverter. Porém, seria necessário que a geração de empregos em Goiás (que tem sido positiva) permaneça estável e a inflação continue caindo, para estimular o consumo.

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