A goiana que quebrou paradigmas e se tornou inspiração para outras mães no Brasil

Da gestação a criação da filha, dona Izabel provou a todos a sua volta que nada supera o amor e dedicação

Samuel Leão Samuel Leão -
Dona Izabel com a filha. (Foto: Acervo Pessoal)

Natural de Morrinhos, cidade localizada a 132 km de Goiânia, dona Izabel está prestes a completar 70 anos, todos muito bem vividos. E a história dela foge do comum, mas também é motivo de inspiração para muitas pessoas.

Izabel é a caçula de uma família de 19 irmãos e, desde que nasceu, sempre foi recebida com muito amor e cuidado por parte dos parentes.

Ela demorou mais que as outras crianças para aprender a andar, além de apresentar dificuldades na fala, mas nada a impedia de viver a vida com alegria e determinação.

Na juventude, começou a ajudar nas tarefas e processava fumo com as irmãs, mas muitas vezes sumia sem dar notícias. Normalmente, era encontrada cantarolando e conversando sozinha, no pomar ou em outros lugares, imersa em um mundo só dela.

Também adorava ir à festas, pagodes e folias. Já na vida adulta, começou a namorar José Ribeiro, um primo de segundo grau. Totalmente apaixonados um pelo outro, decidiram se casar em seis meses.

Surpresa

Dona Izabel com o marido. (Foto: Acervo Pessoal)

Após 10 anos de cumplicidade, Izabel e José decidiram que queriam ter filhos. Ela estava com 35 anos e, como as tentativas de engravidar ainda não haviam sido bem sucedidas, o casal decidiu buscar ajuda.

Em Uberlândia, um médico revelou que Izabel tinha Síndrome de Down e, por isso, as chances de uma gestação eram baixíssimas.

O diagnóstico pegou a todos de surpresa, mas ela nunca desistiu do sonho da maternidade e, em poucos meses, obteve um resultado positivo. Meses depois, deu a luz à uma menina, batizada de Cristinna.

Ao Portal 6, a filha de Izabel contou que, no primeiro mês, a genitora recebeu ajuda de uma irmã para se adaptar aos cuidados que uma criança recém-nascida requer. Sem demora, aprendeu tudo o que precisava e passou a cuidar de tudo sozinha com o marido.

Inicialmente, algumas pessoas tiveram a preocupação que a mulher não conseguiria cuidar de um bebê sem auxílio por causa da síndrome, mas ela não só mostrou que dava conta, como sempre fez tudo com amor e dedicação.

“Minha mãe foi maravilhosa, cuidadosa, carinhosa e ciumenta. Muitos contam que eu parecia uma boneca, de tão arrumada que ela fazia questão de me deixar”, contou Cristinna.

Dona Izabel. (Foto: Acervo Pessoal)

“Foi minha mãe que me ensinou as primeiras letras e a escrever meu nome, antes mesmo de ir pra escola”, acrescentou, carinhosamente.

Uma das alegrias da vida de Izabel, inclusive, foi ver a filha se formar em Administração.

Atualmente, ela ainda vive no interior, é casada há 42 anos e esbalda alegria ao cuidar dos netos.

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