Mercado de seminovos e usados em Goiás sofre enquanto aguarda anúncio do governo sair do papel

Vendas, que já vinham em queda, despencaram após divulgação da medida e clientes esperam para poder financiar veículos

Augusto Araújo Augusto Araújo -
(Foto: Reprodução/Secom Goiás)

Pouco mais de semana após o Governo Federal anunciar que haverá uma redução nos impostos de carros novos, o mercado goiano de usados e seminovos, que já vinha mal das pernas, ganhou mais um elemento de incerteza.

Isso porque o número de veículos saindo das garagens caiu após a divulgação da medida – que ainda não foi posta em prática.

Somando esse fator à dificuldade para os clientes conseguirem crédito e os altos juros para financiar a compra dos automóveis, uma crise vai se instalando no setor.

Portal 6 conversou com diferentes comerciantes do ramo em Goiânia e Anápolis, obtendo relatos bastante negativos sobre o panorama da última semana.

O vendedor Antônio Pinheiro, da RC Automóveis, em Goiânia, afirmou que houve muitos casos de clientes que “esfriaram” as negociações, enquanto esperam pela baixa dos preços.

“As pessoas estão falando que vão esperar um pouco, para ver se vai ter uma melhora, se vai cair mesmo. [A venda de carros seminovos] está devagar, quase parando”, destacou.

Já Eduardo Rezende, dono da Eduardo Veículos, analisou que o cenário em Anápolis vive uma situação semelhante, com uma redução generalizada na compra de veículos populares.

“Existe uma cadeia, onde a redução que o governo lançou tem que passar pelas montadoras, que vão repassar para as concessionárias, que repassam para os clientes. Esse processo deve levar uns dois meses para ter uma queda real”.

Por fim, de uma forma mais enfática, o comerciante Juvenal Souza, da Venâncio Veículos, também em Anápolis, destacou que o valor dos usados e seminovos tem caído e as vendas pioraram.

“Os juros estão em um patamar estarrecedor. Além disso, tem a questão do score de crédito. Só um a cada dez clientes conseguem aprovação para financiar. [O cenário] piorou muito”.

O vendedor pontuou também que as garagens no município estão cheias e ainda encaram o agravante de outras pessoas que querem vender os próprios carros rapidamente, com medo do preço cair.

“[O anúncio] não fomentou nada. Com as parcelas nas alturas, ninguém consegue pagar. Não sei qual é o plano desse governo, mas precisa definir um crédito que seja bom para o cliente financiar”, concluiu.

O Governo Federal prevê que a proposta seja detalhada ainda no mês de junho, para que a medida possa ser publicada e entrar em vigor.

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