Solução para o trânsito da região Central de Anápolis se arrasta há quatro anos

Estudo foi elaborado em 2019 e medidas não foram tomadas desde então. Previsão de implementação de área azul é para o fim deste ano

Davi Galvão Davi Galvão -
(Foto: anapolisnarede)

Se tem uma coisa que a Prefeitura de Anápolis não pode ser chamada, ao menos com relação ao trânsito, é de incoerente. O fluxo na região Central, com tráfego pesado e estacionamento escasso, anda de mãos dadas com o Plano de Mobilidade Urbana, que deveria ser a solução deste problema. Porém, ambos caminham, em sintonia, em passos lentos.

Desde 2019, este planejamento, que ainda não saiu do papel, vem sendo estudado para sanar os problemas das vias do município, incluindo o Centro da cidade, onde achar vagas, especialmente aos sábados, é um feito hercúleo. Uma das propostas para mitigar o problema, seria justamente a implementação de áreas azuis digitais, estimulando maior rotatividade.

O diretor da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), Igor Lino Siqueira, revelou ao Portal 6 que, pouco antes da pandemia, o CMTT realizou um estudo prévio para entender as dinâmicas das regiões da cidade e quais tecnologias poderiam ser empregadas.

Com relação às vagas de estacionamento, o diretor admitiu que seria impossível atender toda a demanda da região da maneira que as lojas foram posicionadas, cabendo ao Poder Público adotar medidas para apresentar uma solução.

Na questão das área azuis, ele afirmou que foi um dos pontos abordados no estudo há três anos e que, após alguns ajustes legais, o projeto havia sido passado para a Prefeitura. No momento, encontra-se aos cuidados da Controladoria Geral do Município. De acordo com a Prefeitura, a previsão é de que as medidas sejam postas em práticas até o final do ano.

Embora essa iniciativa já tenha sido definida por lei em 2001, no sistema de tickets físicos entregues aos motoristas, a nova ideia é de que o processo seja completamente digital. Para tanto, essa antiga legislação ainda deve ser revista.

“Exigir a rotatividade, para que […] pelo menos em algum momento  […] você encontre algumas vagas, porém a gente sabe que há uma frota de veículos muito grande, e a população daqui de Anápolis tem a cultura do veículo”, afirmou.

Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Anápolis (CDL), Gilmar Jardim, conta que os varejistas são um dos maiores prejudicados com essa situação. Para ele, essa falta de áreas para estacionar, aliada com a descentralização do comércio na cidade, que migrou do centro para os demais bairros, torna cada vez mais difícil a sobrevivência da região.

“Muitos consumidores hoje em dia evitam de vir para o centro da cidade, exatamente porque não tem lugar para parar o carro”, pontuou.

Ele acrescenta que os estacionamentos comerciais no Centro, além de lotarem rapidamente, costumam cobrar valores relativamente altos dos motoristas, o que contribui ainda mais para agravar a situação.

Outro ponto importante que o dirigente comentou, foi o fato dos próprios lojistas ocuparem boa parte do acostamento disponível para os veículos, normalmente em frente às próprias lojas. Isso, assim como a disposição dos prédios e comércios, que não fornecem áreas de embarque e desembarque próprias, afasta ainda mais as pessoas.

 

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