Grávida perde bebê após ir na Santa Casa várias vezes e ser mandada para casa, denuncia família

Em nota, unidade de saúde disse que após a avaliação médica e realização de exame que avalia a vitalidade fetal, não apresentou trabalho de parto e evidenciou boa vitalidade fetal

Samuel Leão Samuel Leão -
Fachada da Santa Casa. (Foto: Divulgação/ Santa Casa)

A jovem Francisca Karyta Oliveira da Silva, de apenas 18 anos, está passando por um momento delicado na manhã desta sexta-feira (09). Isso porque uma equipe médica da Santa Casa de Anápolis está tentando induzi-la ao parto de um natimorto.

Entretanto, nos últimos três dias ela chegou a ir à unidade de saúde, em diversos momentos, e sempre alegando dor. Em todas elas, foi encaminhada para casa após atendimento médico. A família alega negligência.

Em resposta, a Santa Casa de Anápolis informou que a provável data do parto era 10 de junho de 2023 e que ela deu entrada na emergência obstétrica SUS, e após a avaliação médica e a realização de exame que avalia a vitalidade fetal, não apresentou trabalho de parto, evidenciou boa vitalidade fetal em todas as vezes que procurou assistência na instituição (veja nota na íntegra no final da reportagem).

A saga começou na segunda-feira (05) – quando contava com 39 semanas de gestação e começou a sentir dores. Assim, ela decidiu procurar a unidade já na terça-feira (06). Familiares afirmam que ela já estava em trabalho de parto, mas foi mandada de volta para casa pelo médico após examiná-la.

Ao Portal 6, a avó da gestante, Rosiane Alves Lima, contou que a jovem, na quarta-feira (07), fez o mesmo. Numa sequência de repetições, compareceu ao hospital com dores mas foi novamente mandada para casa. Já na quinta-feira (08) ela voltou, de novo, à Santa Casa. Desta vez,  estava com perda de líquidos e foi atendida por um médico, na período da manhã.

“Na quinta-feira ele (médico) falou que ia ajudar ela a ter o bebê mais rápido. Fez o procedimento, o toque, e dessa hora acho que o bebê já morreu, daí ela disse que o bebê já não mexeu mais e ela só sentindo dor. Aí eles ainda mandaram ela pra casa”, desabafou.

O profissional realizou o exame de toque e a jovem afirma que, desde então, sentiu que o bebê parou de se mexer. Voltou para casa novamente e o incômodo se intensificou e tornou-se insuportável. Assim, ela voltou ao hospital na parte da tarde, quando foi constatado o óbito do bebê.

Francisca foi internada e desde então está recebendo medicação, em tentativas de induzir um parto. Segundo a avó, a equipe médica teria afirmado que, nas condições em que está, ela não conseguiria fazer uma cesárea.

Após quase cinco dias nessa luta, a jovem encontra-se debilitada e enfraquecida, com o corpo e face inchados. Familiares relataram estarem profundamente preocupados.

“Ela ainda está lá na Santa Casa. Está muito inchada, debilitada e já não tem forças. Estamos desesperados, sem saber o que fazer”, finalizou.

Leia nota da Santa Casa na íntegra:

A Santa Casa de Anápolis esclarece que; a paciente Francisca Karyta Oliveira da Silva, 18 anos, gestante de 39 semanas e 5 dias, com data provável do parto para 10 de junho de 2023, deu entrada na emergência obstétrica SUS, e após a avaliação médica e a realização de exame que avalia a vitalidade fetal, não apresentou trabalho de parto, evidenciou boa vitalidade fetal em todas às vezes que procurou assistência na instituição.

É importante ressaltar que, a paciente estava com contrações de treinamento, que são contrações normais que podem iniciar até 15 dias antes do franco trabalho de parto. No geral as pacientes que estão próximas ao período de parto vem várias vezes ao pronto-socorro por conta das contrações de treinamento, onde é realizada uma avaliação e feita orientações a paciente, para que em todo sinal de alerta procure a nossa emergência obstétrica SUS.

De forma geral, em casos de óbitos fetais a decisão da via de parto é de indicação médica, podendo ser parto normal ou cesário. A Santa Casa de Anápolis reitera seu compromisso na aplicação dos melhores esforços humanos e técnicos para oferecer assistência segura e de qualidade.

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