Pela segunda vez, MST ocupa fazenda que era usada para exploração sexual em Goiás

Propriedade faz parte do patrimônio da União e tem sido alvo do movimento desde março deste ano

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Invasão MST em fazenda de Goiás.
Invasão MST em fazenda de Goiás. (Foto: Adriano Alves / Folhapress)

Pela segunda vez neste ano, mais de 600 famílias ligadas ao Movimento Sem Terra (MST) invadiram a Fazenda São Lukas, em Hidrolândia, região Central de Goiás, para pedir que o local seja transformado em um novo assentamento. A ocupação aconteceu na tarde de segunda-feira (24).

A primeira reivindicação ocorreu em março e fez parte de um pacote de iniciativas do grupo, chamado “Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra”, para o mês da mulher.

A intenção é que o ambiente se torne uma moradia e fonte de alimentos para centenas de pessoas. Na ocasião, eles foram retirados pela Polícia Militar dois dias depois.

Mas a escolha da propriedade em específico não é por acaso. Até 2009, o espaço serviu como cenário para a exploração sexual e tráfico internacional de mulheres por parte de uma quadrilha estrangeira.

Na época, o grupo utilizava o local para aprisionar dezenas de vítimas, a maior parte adolescentes. Após mantê-las em cárcere privado, elas eram enviadas até a Suíça, onde ficavam submetidas à exploração sexual.

Conforme as investigações, o esquema aconteceu durante três anos e a maioria das vítimas eram oriundas das cidades de Anápolis, Goiânia e Trindade.

Toda a ação criminosa chegou ao fim em 2009 com a condenação de 18 membros da facção. O imóvel passou a se tornar patrimônio da União em 2016.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.