Prefeitura de Anápolis e HEG têm até sexta (28) para prestar esclarecimentos ao MP sobre cirurgias cardíacas

Promotor apontou a lista de 40 pacientes em estado de urgência como um problema a ser resolvido. Alguns deles aguardam há mais de um ano e podem morrer a qualquer instante sem a intervenção

Samuel Leão Samuel Leão -
Fachada do Centro Administrativo em Anápolis. (Foto: Arquivo/Portal 6)

O prazo para a Prefeitura de Anápolis e o Hospital Evangélico Goiano (HEG) justificarem cada uma das cirurgias cardíacas negadas no município vai até a próxima sexta-feira (28).

A determinação foi feita pelo Ministério Público (MP) ainda no dia 14 de julho. Na ocasião, foi estipulado um período de 10 dias úteis para a emissão de respostas.

O Portal 6 apurou que a iniciativa partiu do promotor Marcelo de Freitas, apontando a lista de 40 pacientes em urgência como um problema a ser esclarecido. Dentre estes, dois cardíacos chegaram a falecer enquanto aguardavam o amparo.

A determinação foi para que se discriminem as razões da negativa dada para cada paciente, acompanhadas dos documentos que comprovem a justificativa. O diretor do HEG e Elinner Rosa, secretária de saúde de Anápolis desde maio de 2023, chegarem a ser convocados para uma reunião com o promotor, também no dia 14 de julho.

Determinação emitida pelo MP. (Foto: Reprodução)

Cenário preocupante

Enquanto a situação não progride, a condição dos pacientes na fila de espera fica cada vez mais delicada, visto que o tempo é um fator primordial dentro dos casos de urgência.

Na última semana, a reportagem do Portal 6 contou a história de Francisco Apóstolo Gomes, de 62 anos, que há quase um ano aguarda para a realização da cirurgia – que deveria ter sido feita, no máximo, 10 dias após a entrada do pedido. Isso porque ele apresenta um quadro gravíssimo e pode morrer a qualquer instante sem a intervenção.

Na última sexta-feira (21), o único cirurgião cardíaco da cidade que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Walter Vosgrau, chegou ao cúmulo de dar férias coletivas à toda a equipe que opera com ele.

Isso ocorreu devido à falta de apoio e esclarecimentos por parte da Prefeitura – o que, segundo ele, estaria impossibilitando qualquer tipo de procedimento complexo desde junho de 2022.

À reportagem, Walter sustentou que a falta de comunicação da atual gestão é crônica. Ele afirmou acreditar que esse problema só será resolvido daqui um ano e meio, com uma mudança drástica nos gestores do poder público.

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