Juíza mantém pastora de Anápolis presa, pois solta ela poderia ‘fugir como o marido’

Suelen Klaus e o esposo Klaus Júnior mantinham, clandestinamente, clínicas de recuperação consideradas "campo de concentração" pela Polícia Civil

Samuel Leão Samuel Leão -
Pastora Suelen Klaus foi presa em Anápolis na noite desta terça-feira (29). (Foto: Reprodução)

A decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), por meio da juíza Lígia Nunes de Paula, da 2ª Vara Criminal, foi de manter a pastora Suelen Amaral Klaus presa de maneira preventiva, para evitar que ela, assim como o marido, fuja. A audiência foi realizada nesta quinta-feira (31).

O Portal 6 teve acesso aos documentos. Neles, a magistrada justifica a decisão como uma forma de “manter a ordem pública”.

“Uma vez que o esposo fugiu da Delegacia de Polícia e há receio que ela o acompanhe uma vez fora da unidade prisional. Ainda, deve-se considerar a elevada gravidade do caso, em que foram praticados crimes de tortura qualificada e cárcere privado em face de 50 pessoas”, determinou.

A juíza ainda voltou a comparar o cenário insalubre encontrado pelas autoridades na clínica da pastora com o Hospital de Barbacena. Um paralelo semelhante também havia sido traçado pelo delegado Manoel Vanderic, responsável pelas operações.

Na decisão judicial, ainda consta a prisão de quatro funcionários das “clínicas”. Em justificativa, aponta-se que todos tinham não só a livre escolha de não trabalharem em tal contexto, mas também a obrigação de não corroborarem com tais crimes, mas escolheram fazê-lo, além de terem sido apontados como principais autores das agressões e torturas.

Dentre os casos citados no processo, existe o registro de um idoso quase centenário, de 96 anos, cujo corpo apresentava escoriações e feridas contundentes, que aparentam ter sido feitas de maneira recorrente.

Relembre

A equipe da DEAI fez uma descoberta chocante na noite da última terça-feira (29), na zona rural de Anápolis – acessada via BR-414. A operação desarticulou uma clínica clandestina, na qual cerca de 50 pessoas pagavam por tratamentos, mas eram vítimas de diversas irregularidades, a ponto do local ser comparado a um campo de concentração pelo delegado responsável pela investigação, Manoel Vanderic.

A operação ganhou novos contornos na manhã desta quinta-feira (31), quando uma nova clínica clandestina, dos mesmo donos, foi descoberta e também desmontada pelas autoridades. Com a chegada dos policiais na chácara, dois funcionários que trabalhavam lá  fugiram pela mata ao redor do local.

Já foram identificados oito envolvidos na operação praticada nas duas localidades. Destes, cinco foram presos, sendo um deles a pastora Suelen Klaus. O pastor Klaus Junior segue foragido.

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