Especialista de Anápolis explica caso de aluno que sofreu lesão na coluna em academia

Profissional também falou sobre alterações neurológicas e quais são os grupos que mais se machucam

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Dr Marcos Daniel atende em Anápolis. (Foto: Divulgação)

Nas últimas semanas, em todo o Brasil, várias pessoas se solidarizaram com a história de Regilaneo da Silva, que se exercitava em uma academia, no Ceará, quando sofreu uma grave lesão na coluna após um acidente com um aparelho de musculação.

Ele parou de sentir as pernas de imediato e precisou passar por um procedimento cirúrgico. No entanto, por causa da gravidade da situação, os profissionais que o acompanham dão a chance de apenas 1% de que ele retorne a andar normalmente.

E para falar sobre os detalhes de como é uma lesão na coluna como a que Regilaneo sofreu, entrevistamos o Dr. Marcos Daniel Xavier que é médico neurocirurgião e cirurgião de coluna, formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.

Atualmente, o profissional atende em Anápolis, na Polisaúde da Vila Jaiara, no CRA do Jundiaí, no Hospital Evangélico Goiano (HEG) e no Ânima Centro Hospitalar.

No caso em questão, o paciente realmente não tem chances de voltar a andar?

Dr Marcos Daniel – Infelizmente, as chances desse paciente voltar a andar como antes, são muito baixas. Quando há uma lesão completa da medula, principalmente na região que foi afetada, as chances de recuperação total são pequenas. A medula espinhal é uma estrutura muito nobre e delicada. Traumas diretos com fraturas graves e agudas de coluna, podem trazer lesões irreversíveis.

Se as chances de andar são baixas, por que então operar? 

Dr Marcos Daniel – A despeito da lesão primária, ou seja, a lesão inicial, já ser muito grave, causando uma espécie de ruptura da medula, a cirurgia está sempre indicada. A redução da fratura, com estabilização da coluna e descompressão do canal medular, trazem benefícios em curto, médio e longo prazo. Um deles é o fato do paciente conseguir manter o tronco firme. 

Além de perder forças nas pernas, há outras alterações neurológicas neste tipo de lesão?

Dr Marcos Daniel – Sim. Lesões medulares altas, como neste caso que foi uma fratura da coluna torácica, o paciente pode apresentar alterações de sensibilidade, incontinência urinária e/ou fecal, além de impotência sexual e dor. 

Qual a melhora maneira de evitar tais lesões graves assim?

Dr Marcos Daniel – A melhor maneira de não se expor a tais lesões, é a prevenção. Este tipo de fratura é mais comum em pacientes que praticam esportes radicais, motociclistas que andam em alta velocidade, ou pessoas que trabalham em profissões de alto risco, como trabalhadores da construção civil ou operários de maquinas pesadas.

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