‘Sei que no Céu ele será julgado, mas quero justiça aqui também’, diz mãe de filho morto no trânsito de Anápolis

Ao Portal 6, Glaucia Machado destacou que o julgamento está marcado para acontecer em março de 2024, quase quatro anos após o fatídico episódio

Davi Galvão Davi Galvão -
‘Nenhum pai deveria velar o filho’, lamenta mãe de jovem morto no trânsito em Anápolis. (Foto: Reprodução)

Já na próxima segunda-feira (11), se completará três anos desde o acidente que vitimou o jovem anapolino Matheus Machado Reis que, à época, tinha apenas 19 anos. Desde o trágico dia, a vida de familiares e amigos do jovem nunca mais foi a mesma.

No dia em questão, o rapaz voltava para casa de moto após o serviço, quando foi atropelado por um idoso, que fugiu sem prestar socorro ou ao menos ligar para os serviços de emergência. Até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, foi mais de uma hora na qual ficou esperando resgate.

Com o julgamento por homicídio culposo marcado apenas para março de 2024, serão quase quatro anos sem um ponto final na história.

“Eu quero, sim, a justiça. Sei que no Céu ele já vai ser julgado, mas aqui na Terra ele também merece pagar por tudo aquilo que cometeu. E outra, não é só meu filho que morreu em um acidente. Diversas outras mães perderam os filhos assim. A Lei precisa mudar, para que isso pare de acontecer”, clamou a mãe de Matheus, Glaucia Machado.

Ao Portal 6, ela se emocionou ao relembrar do fatídico dia que lhe custou a vida do filho e deixou cicatrizes que não sararam com o tempo.

“Meu menino não merecia ter partido daquele jeito. Eu sei que ninguém merece morrer em um acidente, mas mesmo assim ele não devia ter morrido ali. Meu menino não bebia, não usava drogas, era auxiliar de cozinha e tinha acabado de ser promovido para chapeiro, estava tão feliz”, contou, em meio às lágrimas.

Matheus Machado Reis tinha apenas 19 anos. (Foto: Reprodução/ Facebook)

“Quando eu fiquei sabendo do que tinha acontecido, ele ainda estava lá, na rua, esperando os médicos, mas eu não tive coragem de ir ver ele daquele jeito. Eu congelei, só sabia chorar”, revelou.

“Foi no hospital, quando perguntaram quem eram os acompanhantes dele, que eu pensei que era para passar a noite com meu menino, fazer companhia. Quando o médico começou a falar que eles haviam tentado de tudo, eu já havia entendido, só comecei a gritar, não sabia o que fazer. É algo que eu não desejo para ninguém, ter que velar um filho, ainda mais tão jovem”, completou.

Nas redes sociais, Glaucia emocionou os usuários ao publicar, nesta quinta-feira (07), uma carta que a filha e irmã de Matheus fez em comemoração ao aniversário de 16 anos do rapaz, contando o quanto o admirava e em como acreditava no sonho do irmão, que desejava se tornar juiz.

“Ele queria primeiro se formar em direito e depois poder se tornar juiz, para fazer a diferença no país, sabe? Era o sonho dele, e eu tenho certeza absoluta que se ele estivesse vivo hoje, ele ia estar correndo atrás disso”, afirmou a mãe.

Ela ainda comenta que a partida prematura do filho impactou toda a família, e em especial, a sobrinha do jovem, à época com apenas três anos e que sofreu muito com o ocorrido. Em outra carta, escrita pela garota e endereçada a Deus, ela pede para ser uma menina mais comportada e para que Ele devolva o tio.

“Deus, como tá aí? Está tudo bonito? […] Deus podes trazer meu tio de novo para mim”, escreveu em uma folha de caderno, com um lápis azul e letra infantil.

Em outra carta, escrita pela sobrinha de Matheus e endereçada a Deus, ela pede para ser uma menina mais comportada e para que Ele devolva o tio. (Foto: Reprodução)

 

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