Levantamento inédito aponta gargalos que travam agronegócio em Goiás

Estudo analisou diferentes cadeias de produção e identificou os principais problemas

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Colheita de soja. (Foto: Wenderson Araújo – Trilux / CNA)

No coração do Brasil, Goiás está entre os líderes da agroindústria, ocupando os primeiros lugares de setores como produção de cana-de-açúcar, algodão e milho. No entanto, empresários ressaltam uma série de desafios que ainda é necessário superar.

Os gargalos foram divulgados em pesquisa inédita da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), nesta segunda-feira (25).

O levantamento analisou oito cadeias produtivas, sendo elas de algodão, aves, bovinos, lácteos, milho e soja, silvicultura, sucroenergético e suinocultura. Dessa forma, todas elas enfrentam os mesmo problemas, sendo a falta de mão de obra qualificada um dos principais.

“A falta de profissionais é uma crise geral. O Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) tem focado nisso, mas é preciso mais incentivo”, afirmou o vice-presidente da entidade, André Luiz Rocha.

Além disso, o representante destacou a necessidade de criar linhas de crédito e políticas públicas de incentivo fiscal que sejam compatíveis com cada modelo de indústria. O professor responsável por organizar a pesquisa, Valdemiro Alcântara, usou como exemplo a silvicultura.

“A indústria da lenha, que é responsável por gerar energia, não tem lenha. O retorno demora de 06 a 07 anos, então se o empresário não tiver uma linha de crédito atrativa, ele não vai investir neste setor”.

Já os cenários de eletrificação e logística em Goiás também representam sérios problemas para a agroindústria. No caso do acesso à energia, com a política de interiorização do governador Ronaldo Caiado (UB), indústrias que se instalam fora da capital ficam à mercê de instabilidade e, em casos mais graves, sequer conseguem a potência necessária.

A logística, por sua vez, se destaca uma vez que a capacidade de transporte e armazenagem em Goiás é drasticamente reduzida em comparação com outros estados por este motivo. “Precisamos ter estradas melhores”, disse o gerente de relações institucionais e governamentais da Piracanjuba, Marcelo Costa Martins, que explicou ser necessário reduzir o transporte de leite pela metade em território goiano por causa da baixa qualidade das rodovias.

“A ferrovia Norte-Sul é uma boa medida, mas já está no limite do escoamento”, apontou o professor. Vale ressaltar que, embora o transporte ferroviário tenha um custo menor que outros modais, o preço para a manutenção torna as rodovias mais atrativas, segundo André.

De acordo com o presidente da Fieg, Sandro Mabel, Goiás é farto de oportunidades, mas é necessário fazer os ajustes destacados na pesquisa para que a agroindústria conquiste cada vez mais espaço.

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