Em poucos dias, jovem de Anápolis sofre duplo acidente e ainda é confundido com paciente psiquiátrico

Agora, com o fim do dinheiro e sem conseguir trabalhar, Gabriel Júnior cobra respostas da Equatorial, cujos servidores estavam envolvidos no acidente que originou tudo

Samuel Leão Samuel Leão -
Vídeo mostram o momento da batida de moto que Gabriel sofreu e também da ambulância. (Foto: Reprodução)

O jovem Gabriel Júnior de Oliveira Ramos, de 21 anos, tem passado por uma jornada torturante após sofrer um acidente na Avenida Presidente Kennedy, em Anápolis. Conforme imagens das câmeras de segurança, ele teria sido atingido por um carro da Equatorial no dia 18 de novembro, após o veículo da empresa cruzar a faixa no momento de realizar um retorno.

O acidente causou grandes lesões e até uma hérnia na região genital. A situação, porém, ganha um drama ainda maior quando, dois dias após o ocorrido, a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) que o levava para Goiânia também se envolveu em um acidente.

Na ocasião, ele foi atendido no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL), mas voltou a encarar problemas ao ser encaminhado para o Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA), em Anápolis.

Isso porque a unidade de Anápolis errou o cadastro, classificando a situação dele como a de outro paciente – também chamado Gabriel – que teria tentado autoextermínio.

Por conta disso, começaram a ser adotadas medidas rigorosas com o jovem, o proibindo de ter liberdade no hospital, além de ser vigiado constantemente nos momentos de medicação e alimentação.

“No HEANA, quando eu cheguei de Goiânia, na madrugada, eles me passaram um novo relatório dizendo que eu não ia receber alta mais, porque o meu caso era uma tentativa de autoextermínio. Não me deram remédio, assim não consegui dormir, e nem me deixaram comer, fiquei acordado e com fome das 15h do dia 21 até às 09h do dia 22”, desabafou, em entrevista ao Portal 6.

“Gritaram comigo e me trataram como louco, eu pedia comida e eles me mandavam ficar quieto, bloquearam minha passagem como se eu fosse fugir – mas eu tinha as filmagens do acidente, eu tinha como provar. Recentemente, me mandaram uma nota pelo e-mail, da ouvidoria, pedindo desculpas pelo ocorrido e reconhecendo o erro”, completou.

O HEANA classificou o episódio como um “mal-entendido” e pediu desculpas ao paciente. Confira:

“Reconhecemos que ocorreu um mal-entendido devido à presença de outro paciente homônimo, o que levou a uma falha na comunicação. Queremos assegurar que este foi um evento isolado e que estamos constantemente trabalhando para aprimorar nossos processos de comunicação e atendimento.”

Print de comunicado do HEANA. (Foto: Reprodução)

Apesar do reconhecimento e pedido de desculpas do hospital, Gabriel continua sofrendo por parte da ausência de respostas da Equatorial que, conforme ele, é a responsável por essa trajetória inglória e difícil dos últimos meses.

Como é autônomo, desde o dia do acidente, não se encontra em condições de voltar às atividades. Ou seja, sem nenhuma forma de levantar dinheiro. Inclusive, nunca viu a cor do dinheiro prometida pelos funcionários da empresa.

“Eu sou autônomo, ajudo minha mãe em casa, eu que pago tudo aqui: aluguel, água e internet, e estou sobrevivendo de ajuda, pois não pude voltar a trabalhar, o dinheiro que eu tinha eu já gastei com os tratamentos e deslocamentos”.

Gabriel denunciou que, além da falta de comprometimento financeiro, parou de receber qualquer tipo de resposta nos últimos dias.

Em nota enviada ao Portal 6, a Equatorial se pronunciou sobre o caso. Leia:

A Equatorial Goiás esclarece que tem ciência do acidente envolvendo uma prestadora de serviços da companhia em Anápolis e lamenta o ocorrido.

A distribuidora informa que, após tomar conhecimento, adotou todas as providências devidas junto à empresa terceirizada, que informou ter prestado a devida assistência ao acidentado, inclusive com acompanhamento do atendimento pelo SAMU.

A Equatorial Goiás ressalta que segue monitorando o caso para garantir que a empresa terceirizada preste todo o suporte necessário.

 

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*Atualizada às 11h15 do dia 07/12 com nota da Equatorial Goiás.

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