Especialista explica como identificar comportamentos psicopatas e se proteger

Recentemente, Goiás foi palco de crimes chocantes, levantando questionamentos que repercutiram em todo o Brasil

Caio Henrique Caio Henrique -
Imagem ilustrativa de consultório psiquiatra. (Foto: Reprodução/ Freepik)

Crimes recentes, cometidos em solo goiano, levantaram uma preocupação geral na população, que se assustou com o nível da crueldade e falta de empatia apresentados em muitos dos casos.

O envenenamento de Leonardo Pereira Alves e a mãe Luzia Tereza, em Goiânia, assim como o casal de Palmeiras de Goiás que foi flagrado jogando o corpo da bebê recém-nascida em um córrego, são alguns exemplos de episódios muito recentes que chocaram o estado e o país.

Diante desse cenário, cresce questionamentos acerca da condição de psicopatia – popularmente vinculada a personalidades envolvidas em crimes do tipo.

Como identificá-las, a forma com que essas pessoas se comportam e cuidados a se tomar são algumas das perguntas na “boca do povo”.

O perfil clínico e o diagnóstico, porém, vão muito além do senso comum e precisam de uma atenção médica individual e focalizada. É o que explica a psicoterapeuta Deniza Leitte.

“O diagnóstico de psicopatia é feito através de testes e exames, realizados pelos profissionais da psiquiatria, em que se observa e avalia as características do comportamento do sujeito”, explicou, em entrevista prévia ao Portal 6.

“É raro, mas muito raro mesmo, um psicopata ir à clínica, então os laudos e exames são feitos sempre a pedido de um juiz, quando esse sujeito já está preso”, complementou.

Entenda mais sobre o que caracteriza um psicopata

Segundo a especialista, pessoas com esse quadro se orientam pelo prazer com a transgressão e a humilhação do outro, algo definido como a “destruição do caráter da lei”.

“O sujeito sente gosto em causar angústia, dor e aflição alheia. A questão central que nos humaniza é o que chamamos de empatia, e na psicopatia não há nada disso na relação com o próximo, não tem afeto. A relação humana é usada para álibi social e poder”, detalhou.

Apesar da necessidade de acompanhamento médico especializado para a construção de um diagnóstico, a profissional destacou alguns pontos e processos que apontam, desde cedo, para o tal “prazer” pela angústia e, muitas vezes, a própria crueldade.

“Interesse intrusivo pela intimidade do outro, maus-tratos com animais e a frieza fazem parte dessa construção geral. Porém, existem graus de psicopatia – leve, moderado e grave. Em casos mais severos, ocorrem homicídios dos mais bárbaros”, destacou.

Por fim, Deniza ressaltou a importância de estar sempre atento às pessoas ao nosso redor. Isso porque, apesar da condição ser popularmente vinculada a crimes, psicopatas podem estar presentes nos mais diversos locais, com diferentes níveis.

“O indivíduo pode não ser, necessariamente, um criminoso, mas quem convive com um jamais sairá imune, pois psicopatas causam muitos transtornos, ao ponto de adoecer as pessoas próximas a eles, tanto nas relações de trabalho quanto nas de cunho familiar”, concluiu.

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