Especialista goiano em cibernética explica como funciona app Celular Seguro

Lançado nesta terça-feira (19) pelo Governo Federal, o software promete bloquear o celular em caso de furto

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
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Usuários registraram problemas de conexão (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Por meio do Ministério da Justiça, o Governo Federal lançou, nesta terça-feira (19), a plataforma “Celular Seguro”, uma medida para proteger os dados de usuários que tiveram os aparelhos furtados. Em menos de 24 horas, 155 mil pessoas já se cadastraram.

Disponível nas versões aplicativo e site, o software bloqueia rapidamente e ao mesmo tempo a linha telefônica assim como o acesso aos aplicativos de banco, eliminando a necessidade de comunicar o furto às instituições separadamente. Para usar o aplicativo, basta fazer o download e cadastrar os dados do celular na plataforma gov.br

Assim, a ferramenta surge em um contexto de crescimento de furtos e roubos de celulares. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, referente ao ano de 2022, Goiás registrou 28.960 casos do tipo, um aumento de 1,6% em relação a 2021.

“Hoje, o que tem no aparelho é mais caro que o preço dele”, destacou ao Portal 6 o especialista em segurança cibernética Luciéliton Mundim. Diante disso, Luciéliton aponta que a medida já sana a principal preocupação: o acesso aos bancos.

“Já tem grandes e boas parcerias que dão utilidade ao software, como todos os bancos do governo e muitos privados da Federação Nacional dos Bancos (FENABAN)”, disse. Após o acionamento, as instituições prometeram bloquear o celular em 10 minutos.

Já quanto à linha telefônica, a Anatel afirmou fazer o bloqueio dentro do prazo de 24 horas. “Esse é o estágio 1. Existe o interesse do governo de que expanda para outros serviços, como bloquear uma conta nas redes sociais. Haverá novas negociações”, explicou o especialista.

Atualmente, já está em discussão a possibilidade do envolvimento do Google e da Apple para que todas as contas vinculadas sejam desativadas no aparelho. A plataforma, embora vista positivamente como uma forma de proteger o usuário e diminuir os crimes, não exime a necessidade de fazer um boletim de ocorrência para se resguardar, apontou Luciéliton.

“Agora, tem que ver se efetivamente o que esta sendo proposto será aplicado”, finalizou.

Acesso aos dados

Muito se questiona sobre o acesso do governo em relação aos dados disponibilizados no celular. Com isso, o especialista afirma que seria necessário analisar o software, mas acredita ser pouco provável. “A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) impede”.

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