De olho no bem-estar, procura por hotéis para pets triplica em Goiânia

Profissionais oferecem atenção, carinhos e atividades estimulantes enquanto tutores estão fora

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Hospedagem custa em torno de R$ 70 a diária (Foto: Divulgação/Go Dogs)

Adquirir passagens, contratar transporte e reservar hotel – para os cachorros. Goianos incluem cada vez mais os cuidados com os pets no planejamento de viagens, tanto que, neste período de festas de fim de ano, diversos hotéis para cães se encontraram com capacidade máxima, em uma crescente que promete continuar em 2024.

No último ano, donos de acomodações especializadas para os bichanos perceberam um aumento expressivo de pessoas que se preocupam com a saúde física e mental dos pets, principalmente quando planejam passar um tempo longe.

Em vez de deixar os cães em casa, sem afagos e brincadeiras, ou sob cuidados rápidos de parentes, os tutores estão optando por hospedar os pets em hotéis próprios, onde as diárias custam, em média, R$ 70. A opção de viajar com os bichanos não entra na lista ao considerar o desconforto de uma viagem de carro ou avião.

“Tivemos uma surpresa quando vimos a quantidade de locais que abriram esse ano [2023]”, apontou o fundador do Go Dogs, Rafael Vieira, que atua no mercado de creche e hotel para cães desde 2016.

Ao Portal 6, o idealizador explicou que, embora o mercado tenha se tornado mais competitivo, o Go Dogs, se destaca ao acompanhar as mudanças das demandas, atendendo cerca de 30 cães nos períodos de férias, três vezes mais que a baixa temporada.

O espaço próprio conta com salas com isolamento acústico e ar condicionado, piso antiderrapante, espaço aberto com piscina e uma programação que equilibra brincadeiras e descanso.

(Foto: Divulgação/Go Dogs)

A hospedagem, por sua vez, não é um processo simples e demanda uma avaliação prévia. À reportagem, Laura Barros, fundadora do Cantinho do Amigão, explicou que pede cerca de quatro visitas antes de acomodar um cão, com períodos de permanência gradativamente maiores para analisar o comportamento.

A profissional, que começou a atuar em 2019, afirmou que embora a demanda por hotéis tenha diminuído durante a pandemia, atualmente, ela supera aquela pré-Covid.

“Hoje em dia, um pet não é só um pet. Antigamente, as pessoas viajavam por dois, três dias, deixavam um pote de ração e água e pediam para alguém só dar uma olhadinha. Hoje, o pet é membro da família. Se preocupam com o sentimento dele”, explicou Anastacia Kaziuk, que além de hospedar cães na própria casa, também realiza atendimentos à domicílio.

“Tem pessoas que me pedem para fazer visita três vezes ao dia para o pet não ficar triste”, relatou à reportagem. Segundo Anastacia, ao confiar no serviço oferecido, os tutores até viajam mais –  seguros de que os bichanos estarão em boas mãos.

Anastacia fundou o Borogodog em 2021 depois que teve uma experiência ruim com o próprio cachorro em um hotel especializado. O que começou como uma atividade complementar, hoje é a principal fonte de renda e motivo de ter feito diversos cursos sobre cuidados com animais.

Neste Réveillon, a profissional hospedou 10 cães e chegou a atender 15 pets em uma rota de passeios e visitas.

“Um amigo ou familiar nem sempre vai ter responsabilidade. Quando você contrata, você tem certeza que o cachorro vai ser bem cuidado por pessoas profissionais. Vão saber avaliar as necessidades, vão fazer um passeio direito e, caso aconteça alguma coisa, tem a quem cobrar. Quando é familiar ou amigo, não se pode fazer nada”, explicou.

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