Crise na saúde de Anápolis extrapola rede municipal e faz HEANA colapsar

Cerca de 30 pessoas aguardam atendimento nos corredores em macas e cadeiras. Hospital não pode mais receber pacientes

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
HEANA está lotado e pacientes aguardam em cadeiras por atendimento. (Foto: Portal 6)

Superlotação, ausência de leitos e pacientes em dolorosa espera. O cenário de colapso é a realidade vista tanto nos corredores quanto nas alas do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA) na noite deste domingo (21).

Ao Portal 6, funcionários da unidade de saúde informaram, em condição de anonimato, que ao menos 30 pessoas aguardam em cadeiras e macas para um atendimento.

O pontapé para o agravamento da situação – que vem se estendendo desde meados de quarta-feira – ocorreu por volta das 09h, após o núcleo de internação do HEANA informar que não havia mais vagas para receber pacientes.

Mesmo com a falta de capacidade e de leitos disponíveis, pacientes com casos ambulatoriais seguem sendo enviados para unidade de saúde. A sobrecarga é tanta que, de acordo com um funcionário, o atendimento vem sendo realizado até dentro de ambulâncias.

“Estamos atendendo gente nas cadeiras, macas e dentro nas ambulâncias. Se chegar mais gente agora, nós vamos ter que atender até dentro do carro. […] Nós avisamos a diretoria sobre a situação e estamos aguardando. Eles disseram que iriam lidar com a situação, mas até agora nada”, disse.

A situação desesperadora é consequência direta do caos vivido na rede municipal de saúde, que reflete diretamente na unidade estadual.

Isso porque também são atendidos por lá casos que anteriormente eram levados para o antigo Hospital Municipal de Anápolis, além do pronto-socorro da Santa Casa, que também foi fechado, ficando restrito apenas aos pacientes oncológicos e de obstetrícia.

Além disso, o Hospital Municipal Alfredo Abrahão funciona de portas fechadas e atua, no geral, com procedimentos eletivos.

A maior preocupação das equipes de socorro do HEANA no momento é precisar encaminhar pacientes anapolinos para outras cidades em decorrência da superlotação.

O Portal 6 entrou em contato com a assessoria do hospital para que a unidade pudesse se pronunciar sobre o colapso, não registrado nem mesmo durante a pandemia da Covid-19.

Com a palavra o HEANA

A Fundação Universitária Evangélica – FUNEV, gestora do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo, esclarece que:

O Heana, unidade com suporte para atendimento de traumas graves, referência para Anápolis, e de toda uma macrorregião com mais de 60 Municípios, há algum tempo vem atendendo um volume de pacientes superior à sua capacidade instalada. Neste sentido, destaca-se que rotineiramente a unidade encontra-se com pacientes no PS, nos BOX de estabilização, leitos de observação, e em macas distribuídas pelos corredores, aguardando leitos de internação, isso para garantir que todos os pacientes sejam atendidos.

Destaca-se que tal situação não ocorre apenas no Heana, tem sido frequente em unidades de urgência e emergência porta aberta, e que o tema, já foi objeto de discussão em reunião conjunta com o Ministério Público, em virtude da superlotação de unidades.

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