Após crianças dormirem no chão, servidores de Goiânia dizem que colchonetes estavam guardados em galpão

Objetos foram encontrados por uma equipe do MPC no final de 2023 e profissionais da Prefeitura alegaram falta de transporte para distribuição

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
(Foto: Arquivo Pessoal/ Aava Santiago)

A ausência de colchonetes, de materiais escolares e outros itens básicos essenciais nos Centros Municipais de Ensino (CMEI’s), em Goiânia, são justificados pela Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) por uma suposta ausência de transportes dos novos materiais para as respectivas unidades de ensino. A situação ganhou força nesta semana após crianças serem flagradas dormindo no chão ou debruçadas nas mesas.

Conforme revelado pelo procurador de Contas José Gustavo Athayde ao O Popular, no dia 1º de novembro de 2023, uma equipe de auditores do Ministério Público de Contas de Goiás (MPC-GO) visitou galpões da SME, na Avenida Perimetral Norte.

No local, foram encontradas grandes quantidades de mobiliários novos e nunca utilizados que incluem bebedouros, mesas, bancos para refeitórios e colchonetes.

Segundo servidores da SME, os bens estavam acumulados há aproximadamente um ano e a não distribuição dos itens seria devido a falta de caminhão para transporte de cargas.

“Considerando que o estoque de colchonetes acima retratado estava à disposição da Secretaria em data recente, possível afirmar, a princípio, que a Administração Pública Municipal possuía meios adequados para evitar o lamentável cenário de crianças dormindo no chão. Houve, presume-se, falha importante na gestão do estoque e na logística de distribuição dos bens adquiridos”, diz.

Em meio a denúncias sobre irregularidades cometidas pela Prefeitura de Goiânia nos CMEI’s, que vão desde falta de de funcionários e de verbas para merenda, além de acusações de redução de horário de intervalo dos servidores, o Ministério Público de Contas de Goiás (MPC-GO) recomendou ao Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) a expedição de uma medida cautelar para cobrar a regularização dos problema.

O documento foi assinado pelo procurador na quarta-feira (24) e atendeu um pedido cautelar feito pela vereadora Aava Santiago (PSDB). A ação tem como objetivo esclarecer as denúncias recebidas sobre a falta de professores, jornadas e condições das instituições.

Como resposta, a chefe de gabinete da SME, Débora Quixabeira, disse ao O Popular que as acusações envolvendo a falta de colchões foram pontuais e ocorreram na Escola Municipal Frei Nazareno Confaloni, no Setor Vila União, e no Cmei Oriente Ville, no setor homônimo.

De acordo com ela, um repasse foi realizado pela pasta para a compra dos colchonetes. No entanto, a profissional reitera que não houve falta de recursos para compra de materiais.  Segundo Débora, a entrega dos colchonetes às respectivas unidades acontecerá ainda nesta quinta-feira (25).

Questionada sobre o repasse das merendas, a chefe de gabinete afirmou que não houve nenhuma reclamação sobre fornecimento de merendas.

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