Obrigatoriedade de cardápio físico divide opiniões entre donos de bares e restaurantes goianos

Enquanto proposta justifica que busca assegurar "conforto e comodidade aos clientes", alguns estabelecimentos se sentem prejudicados

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Lei tem como objetivo oferecer maior comodidade e conforto ao cliente (Foto: Divulgação)

A lei que obriga a disponibilização de cardápios físicos nos bares e restaurantes goianos foi sancionada no começo de 2024, com a justificativa de assegurar “maior conforto e comodidade aos clientes”, principalmente aos idosos e pessoas com deficiência (PcD). No entanto, alguns estabelecimentos enxergam que foram prejudicados, enquanto outros nem precisam se readequar.

Em nota, o Sindicato Empresarial de Bares, Restaurantes, Buffets e Casas de Festas de Goiânia (Sindibares), juntamente com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) – seccional Goiás, apontou que as entidades “lamentam não terem sido ouvidas pelos parlamentares em relação ao assunto”.

De acordo com os representantes do setor, os cardápios digitais, que já existem há anos, ganharam força durante a pandemia, quando o distanciamento era necessário. Para além da questão sanitária, a modalidade se manteve por conta dos benefícios que oferece aos estabelecimentos, como agilidade para incluir itens e fazer promoções.

Ao Portal 6, a cofundadora do Macaia Bistrô & Biritas, Rafaela Naves, explicou que o cardápio digital dispõe de uma série de vantagens, como baixo custo, fácil manutenção, ajustes de preços em tempo real, fácil inserção de promoção e também de atualização dos produtos.

Além disso, ela afirma que o valor mais barato reflete, inclusive, nos preços cobrados nos estabelecimentos.

O restaurante, localizado em Goiânia, sempre trabalhou exclusivamente com cardápios digitais, com a disponibilização de dois exemplares físicos para quem solicitasse. Segundo a empresária, nunca houve queixa sobre a falta de uma lista impressa. Com a nova lei, a partir de fevereiro serão entregues as opções físicas, afirmou.

Já Evelyn Melo, co-fundadora do HB das Meninas, na capital, explicou à reportagem que sempre operou com cardápios físicos e acredita ser uma modalidade melhor. “Deixa os clientes mais integrados com o ambiente. Ele pode ler várias vezes, é mais rápido e facilita a leitura para quem tem problema ocular”, disse.

Embora seja necessário imprimir uma nova lista sempre que os itens são atualizados, ela aponta que “o valor é irrisório, porque imprimimos poucos. Mas, mesmo assim, as vantagens são maiores que os custos”, afirmou a co-fundadora, que também nunca recebeu reclamações quanto à falta de opção digital.

Por sua vez, o gerente do Bento Restaurante, em Anápolis, André Martes, relatou que o estabelecimento trabalha com exemplares físicos e digitais para proporcionar maior praticidade. “Ainda tem muitos clientes que preferem o físico, mas isso não impacta”, finalizou.

*Colaborou Augusto Araújo

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