Após anúncio de cortes, servidores da saúde protestam na frente da Prefeitura: “a gestão não dialoga”

Agentes da saúde não foram procurados para discutir a medida, tendo descoberto sobre apenas após a publicação no Diário Oficial

Samuel Leão Samuel Leão -
Servidores realizam protesto contra medidas da Prefeitura de Anápolis. (Foto: Samuel Leão)

Na manhã desta quarta-feira (07), um grande grupo de servidores municipais da saúde realizaram uma manifestação, na frente da Prefeitura de Anápolis, para organizar uma oposição aos recentes cortes feitos pela gestão.

Alegando uma necessidade de redução de gastos, foi retirada a gratificação dos servidores que, entre os agentes comunitários de saúde e de combate às endemias (ACE), equivale à cerca de 20% do salário.

A ação foi formalizada na edição de segunda-feira (05) do Diário Oficial de Município (DOM), pegando de surpresa os servidores, que só descobriram a medida ao acessarem o documento.

Anúncio no DOM. (Foto: Reprodução)

“Esse dinheiro fará muita falta para o trabalhador e, tendo em vista a situação econômica do país, negociamos ontem com o prefeito [Roberto Naves] a mudança da nomenclatura da gratificação para produtividade”, apontou a representante do Sindicato dos Agentes de Saúde e de Combate às Endemias do Estado de Goiás (Sindacsego), Lívia Tavares.

Ela ainda frisou que esse a gratificação ocorre desde 2009 e havia sido mantida pela atual gestão. No entanto, ao conceder o adicional de insalubridade, a administração municipal aproveitou para “cortar” o outro benefício.

A medida é uma remuneração para os servidores que executam atividades que estão além daquelas designadas, o que ocorre com quase todos, em especial durante endemias. Já a produtividade é uma bonificação relativa ao cumprimento de metas.

Por outro lado, a insalubridade diz respeito ao pagamento adicional pelas situações de risco, seja de saúde, desgaste ou integridade física, tidas pelos funcionários. Atualmente, a cidade conta com cerca de 280 ACE e 510 agentes comunitários de saúde, todos afetados pela medida.

“A possibilidade agora é mudar a nomenclatura de gratificação para produtividade, de modo a manter esse percentual de pagamento adicional. Negociamos ontem e o prefeito deu a palavra que irá manter, para nossas categorias, a gratificação até fevereiro enquanto prepara essa transição para a produtividade”, frisou.

Decisão unilateral

Também em uma fala, feita durante o protesto desta quarta-feira (08), a presidenta do Sindicato dos Servidores da Saúde de Anápolis (Sindisaúde), Néia Vieira, apontou que tal decisão deveria ter sido feita apenas depois de uma discussão prévia.

“Essa gestão não dialoga com as categorias, só faz o decreto e depois vem com o pires na mão de cada um, para se promover apontando que vai conceder isso ou aquilo. Poderia ter sido feita uma minuta, já propondo essa alteração do valor da gratificação passar para a insalubridade, mas preferem soltar o decreto e nos obrigar a barganhar”, desabafou.

Data-base

Outra pauta discutida entre lideranças sindicais e o prefeito Roberto Naves (Republicanos), nesta terça-feira (06), foi a proposta de reajuste da data-base – referente aos salários da classe.

O chefe do Executivo municipal sinalizou com uma proposta de 4,63%, enquanto o valor pedido pelas categorias, equivalente aos reajustes da inflação e do salário mínimo, é de 11%.

Já que não houve um meio-termo durante as negociações com a gestão, as organizações optaram por realizar uma nova manifestação, já agendada para o dia 20 de fevereiro, na qual serão pautadas as exigências dos servidores.

 

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