Alta demanda zera estoque de vacinas contra dengue em Anápolis

Clínicas particulares apontam que não há mais doses e nem previsão de reposição

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Fabricante da Qdenga, Takeda, já emitiu nota explicando falta de dose (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A chegada da vacina contra a dengue é um alívio para o sistema de saúde de Anápolis – isso se tivesse doses para aplicar na população.

Enquanto o município já superou 2 mil casos – segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES) -, as clínicas particulares já alertam: não há imunizantes.

Devido à alta procura, desde o começo da semana já não se encontra mais vacinas à venda. É o que apontam representantes de locais para aplicação de doses no município.

Ao Portal 6, o responsável técnico da Vaccine Care, Bruno de Oliveira Jacinto, apontou que o local recebeu 30 unidades da vacina Qdenga ainda em novembro, que ficaram estacionadas na clínica por conta do preço alto, na média de R$ 480.

Então, com a explosão de casos, não só todas foram vendidas, como foram comercializadas já com a segunda dose inclusa – uma compra de aproximadamente R$ 960. O valor apresenta um acréscimo de cerca de R$ 100 desde o início das vendas.

Desde o dia 31 de janeiro, não há mais imunizantes, disse. “Hoje, tenho uma lista de espera superior a 120 doses. Estamos organizando caso sejamos surpreendidos com a notícia de um novo lote”.

Já de acordo com o proprietário da Vacine, o infectologista Marcelo Daher, as unidades localizadas no bairro Jundiaí e Brasil Park Shopping ofereciam também a Dengvaxia, comercializada na mesma faixa de preço e aplicada em três doses.

Desde novembro de 2023, aproximadamente 500 doses foram aplicadas. No entanto, sábado (03) marcou a última. “A procura foi muito grande. A Qdenga surpreendeu até mesmo o laboratório. […] Se tivesse dose, estaríamos vacinando muita gente”, destacou ao Portal 6.

Diante da falta de estoque, a Takeda se manifestou por meio de nota, nesta segunda-feira (05), e afirmou que irá atender de forma prioritária o Sistema de Saúde (SUS). Por isso, o fornecimento ao mercado privado será limitado.

Enquanto isso, a empresa destacou estar buscando as soluções para aumentar o número de doses no país, com meta de atingir 100 milhões de aplicações por ano até 2030.

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