Morre o jornalista Claudio Tognolli, aos 60

Ele nasceu em São Paulo, no bairro do Tatuapé, zona leste da capital, e foi um dos fundadores da Abraji

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(Foto: Reprodução)

FRANCISCO LIMA NETO – Morreu na manhã deste domingo (3) o jornalista Claudio Júlio Tognolli, aos 60 anos. A informação foi confirmada por sua irmã Dora Tognolli. A causa da morte não foi divulgada.

Estudou jornalismo na USP (Universidade de São Paulo), fez doutorado em Ciências da Comunicação pela mesma universidade e tinha livre docência em história. Estudou violão clássico, composição e guitarra.

Ele nasceu em São Paulo, no bairro do Tatuapé, zona leste da capital, e foi um dos fundadores da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). O jornalista também foi um dos idealizadores da Cátedra Otavio Frias Filho, em parceria com o Grupo Folha, instalada no Instituto de Estudos Avançados da USP, em 2021.

“Como jornalista, acadêmico e professor, foi uma personalidade inquieta, provocadora e inventiva”, afirma Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha e coordenador-adjunto da cátedra.

Tognolli escreveu para jornais e revistas, com passagens por veículos como Veja, Folha, Estadão, Jornal da Tarde e Consultor Jurídico. Começou a dar aulas de jornalismo em 1996, nas Faculdades Integradas Alcântara Machado (Fiam), e em 1998, na ECA-USP.

Ao longo de sua carreira, ganhou os prêmios Esso, Jabuti -por “O Século do Crime”- e o Grande Prêmio Folha de Jornalismo.

Publicou diversos livros, entre eles “Lobão 50 Anos a Mil”, “Bem-Vindo ao Inferno”, “A Falácia da Genética”, “Traidores da Pátria”, “A Sociedade dos Chavões”, “Mídia Máfias” e “Rock’N’Roll”.

Como músico, Tognolli teve participação nos primórdios da banda RPM, de Paulo Ricardo, uma das mais famosas na década de 80. Em entrevista à revista Trip, em 2010, ele contou que fazia parte de uma chapa anarquista que concorreu ao diretório acadêmico do curso de Comunicações e Artes da USP, chamada Os Picaretas, que reuniu famosos como William Bonner, Marcelo Rubens Paiva e o fotógrafo Rui Mendes. Depois de ganhar as eleições, o grupo passou a organizar eventos.

“Eu já tocava guitarra, estudava muito, todos os dias. O Paulo me chamou para tocar com ele e montamos uma banda chamada Pif Paf. Nesse evento tocavam também As Mercenárias, o João Gordo. Começamos a chamar atenção”, disse na entrevista.

Tognolli deixou a banda antes de ela se tornar o RPM e fazer sucesso em todo o país.

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