Polícia Civil de Goiás se pronuncia sobre ação em que empresária teve casa invadida por engano

Em nota, corporação esclareceu os fatos e reafirmou o compromisso com a legalidade dos atos e respeito aos direitos dos cidadãos

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Polícia Civil entrou em casa de empresária de 28 anos, em Aparecida de Goiânia. (Foto: Reprodução)

Após repercussão nacional do caso da empresária que teve a residência arrombada erroneamente por policiais, a Polícia Civil (PC) emitiu uma nova nota esclarecendo os fatos e apontando o motivo da operação.

O posicionamento foi divulgado no final da noite desta sexta-feira (12). Conforme a corporação, os agentes da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) estavam em uma ação contra os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa.

Assim, os policiais cumpriam um mandado de prisão, busca e apreensão, e que o endereço registrado na ordem judicial seria o correto, diferente do que foi divulgado.

Detalhando o ocorrido, a polícia informou que na data dos fatos, a equipe chegou ao local por volta das 06h e os policiais bateram no portão e chamaram os moradores por diversas vezes.

Como eles teriam se negado a abrir, houve então a necessidade de entrada forçada, sendo ainda exigido a contenção dos ânimos.

“Inegavelmente, havia uma ligação entre a casa objeto da busca e a pessoa que se buscava prender, tanto é que esta foi presa em frente à residência citada no mandado judicial, conforme registrado no referido vídeo”, esclareceu a PC.

Por fim, após detalhar todo o ocorrido, a corporação se colocou à disposição para prestar quais outros esclarecimentos, reafirmando o compromisso com a legalidade dos atos e respeito aos direitos dos cidadãos.

Em tempo

A situação polêmica aconteceu durante a madrugada de quinta-feira (11), quando a empresária Tainá Fontenele, de 28 anos, foi surpreendida por gritos e marretadas dos policiais, que arrombaram o portão da residência em que vive com a família, no Bairro Industrial Santo Antônio, em Aparecida de Goiânia.

Os agentes da Deic entraram no imóvel já com armas em punho. Logo que percebeu o que estava acontecendo, a moradora da casa começou a filmar a ação.

Em determinado momento, após insistir em questionar aos policiais quem era o alvo da investigação, foi revelado que se tratava de Jennifer Nayara, uma advogada vizinha da jovem, que acabou sendo presa no local.

Confira a nota da PC na íntegra

A Polícia Civil do Estado de Goiás vem a público fazer alguns esclarecimentos, reforçando seu compromisso com a transparência e com a busca da verdade por meio da investigação policial, mantendo sempre o amplo diálogo com a imprensa e a sociedade.

Em face da publicação de um vídeo particular originado no dia 11/04/2024, gravado durante uma operação policial da Delegacia Estadual de Investigações Criminais – DEIC, que cumpria mandados de prisão e busca e apreensão, deferidos judicialmente, reprimindo a prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa, informa que seguiu os parâmetros regulares de investigação, obtendo-se êxito no tocante aos alvos.

Nesse contexto, necessário destacar:

a) o mandado de busca e apreensão foi cumprido no endereço correto, constante da ordem judicial, o qual foi obtido mediante investigação técnica, baseada em elementos decorrentes de quebra de sigilo telemático e vigilância policial in loco, devidamente documentados nos autos do inquérito policial de forma sigilosa;

b) ao chegarem no local, por volta das 06:00 da manhã, os policiais civis bateram no portão e chamaram os moradores por diversas vezes. Estes, por sua vez, recusaram-se a abrir o portão, claramente cientificados de que a polícia judiciária encontrava-se à frente para cumprirem ordem judicial. Após a desobediência reiterada dos moradores, houve a necessidade de entrada forçada na residência, sendo exigida, em seguida, a contenção
dos ânimos, em obediência ao artigo 245, parágrafos 2º e 3º do Código de Processo Penal;

c) a investigação em referência denota a prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa. Inegavelmente, havia uma ligação entre a casa objeto da busca e a pessoa que se buscava prender, tanto o é que, esta foi presa em frente à residência citada no mandado judicial, conforme registro das imagens;

d) toda a ação policial foi acompanhada, desde o início, por representante da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-GO, como registrado no referido vídeo. Nessa seara, a Polícia Civil reforça o seu compromisso pela defesa da sociedade, ocasião em que seguirá firme no combate ao crime organizado, com recordes sucessivos no número de prisões e operações policiais.

Vale ressaltar que, na mesma data, a Polícia Civil de Goiás cumpriu mais de 80 (oitenta) mandados judiciais em operações policiais realizadas em todo o território goiano.

A Polícia Civil encontra-se a disposição para quaisquer outros esclarecimentos que se fizerem necessários, reafirmando seu compromisso com a legalidade de seus atos, respeito aos direitos dos cidadãos e confiança na credibilidade, profissionalismo e dedicação de seus policiais.

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