Pastores de Anápolis são condenados a 10 anos de prisão por clínicas comparadas a ‘campos de concentração’

Ângelo e Suelen Klaus foram descobertos durante uma operação da Delegacia do Idoso, mantendo unidades comparadas a "campos de concentração"

Samuel Leão Samuel Leão -
Pastor Klaus Júnior e a esposa Suelen Klaus. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O casal de pastores, que causou uma grande comoção em Anápolis após a descoberta de duas clínicas clandestinas com 73 vítimas mantidas por eles, foi condenado a 10 anos e três meses de prisão. À época, os estabelecimentos foram comparados a campos de concentração.

Os crimes foram desvendados em agosto de 2023, quando o delegado Manoel Vanderic, da Delegacia do Idoso (Deai), localizou a clínica Amparo Centro Terapêutico – e, na sequência, outra unidade dos mesmos proprietários.

A investigação teve início após um idoso, que fugiu de uma das clínicas, dar entrada em uma unidade de saúde com sinais de violência e denunciar a situação.

Pastor da Igreja Batista Nova Vida de Anápolis, Klaus Júnior era quem comandava uma equipe de cinco funcionários, presos como cúmplices. A decisão partiu da juíza Lígia Nunes de Paula da 2ª Vara Criminal de Anápolis.

Ela concluiu que tanto ele quanto a esposa, Suelen Amaral Klaus, tinham ciência das práticas que ocorriam nas clínicas e, portanto, eram os principais responsáveis pelos abusos.

Idosos, dependentes químicos e pessoas com transtornos mentais eram mantidos sob cárcere privado, sofrendo torturas físicas e abusos psicológicos. Fezes e urinas ficavam depositadas nos alojamentos onde eles ficavam trancados.

Além da condenação dos pastores, os cinco cúmplices pegaram penas que variam entre 2 anos e 8 meses de prisão, e 8 anos e dois meses.

Linha do tempo

29 de agosto de 2023 – Primeira clínica desarticulada pela Polícia Civil (PC), Klaus se torna foragido.

31 de agosto de 2023 – Segunda clínica localizada – Suelen é presa.

02 de setembro de 2023 – Klaus se entrega para a Polícia.

19 de setembro de 2023 – Suelen é solta em decorrência de uma cirurgia bariátrica.

24 de maio de 2024 – Juíza condena casal a 10 anos e 3 meses de prisão, e outros 5 comparsas também recebem penas.

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