“Todo candidato precisa do MDB para ganhar a eleição”, diz Agenor Mariano sobre Prefeitura de Goiânia

Presidente Metropolitano do MDB é o entrevistado desta semana do '6 perguntas para'

Pedro Hara Pedro Hara -
Agenor Mariano, presidente Metropolitano do MDB. (Foto: Divulgação)

Após vencer as últimas duas eleições para Prefeitura de Goiânia, o MDB abriu mão de lançar candidato próprio ao Paço Municipal. A decisão, no entanto, não vai colocar o partido como coadjuvante no pleito deste ano. Quem garante é o presidente metropolitano do MDB, Agenor Mariano.

O dirigente, que é ex-vice prefeito da capital, avalia que dificilmente um candidato ganharia a eleição na cidade sem o apoio do partido.

Seguindo este raciocínio, Sandro Mabel (UB) será eleito em outubro. Ao ‘6 perguntas para‘ desta semana, Agenor garantiu apoio ao empresário, mas desconversou sobre a indicação do vice, deixando a escolha para perto das convenções partidárias.

A gestão Rogério Cruz (SD) também foi criticada pelo emedebista. A alta rotatividade de secretários e a subserviência ao Legislativo goianiense foram pontos citados para que a gestão não saísse como o esperado.

Além do apoio do MDB, Agenor Mariano acredita que Ronaldo Caiado (UB) também sairá vencedor do pleito municipal, quebrando um tabu que perdura desde da década de 80, que nenhum governador elege o chefe do Executivo goianiense.

6 perguntas para Agenor Mariano

1. O MDB não terá candidato próprio à Prefeitura de Goiânia nesta eleição. O partido vai se limitar a um papel de coadjuvante ou é possível ser protagonista no pleito?

Agenor Mariano: O partido não terá candidato próprio nesta eleição. Foi acordado que Sandro Mabel (UB), apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (UB), será o candidato. É impossível o MDB ter um papel de coadjuvante, pois o partido tem uma força política significativa e uma história em Goiânia. Todo candidato precisa do MDB para ganhar a eleição, do tempo de televisão que o MDB tem e das lideranças de bairro que o MDB possui. Portanto, mesmo que o MDB não esteja na cabeça de chapa, ele não pode ser considerado coadjuvante. O MDB sempre será protagonista, com ou sem candidatura majoritária.

2. O partido possui a maior bancada na Câmara de Goiânia, com 10 vereadores. A grande quantidade de candidatos competitivos não pode fazer com que esse número diminua?

AM: No modelo atual da Justiça Eleitoral, montamos uma chapa conforme as novas regras, que são diferentes das eleições passadas. Infelizmente, o eleitor não consegue compreender essas mudanças, assim como nós, políticos, às vezes temos dificuldade em entender o regramento de coeficiente eleitoral e sobras, que são bastante complicados.

Nos estudos que realizamos, entendemos que quanto mais candidatos de peso na chapa, maiores as chances de conquistar um maior número de vagas. Por isso, trabalhamos com a possibilidade de eleger de 10 a 12 vereadores com muita tranquilidade. Temos 15 candidatos extremamente competitivos, com muitos votos, o que fará diferença na hora da contabilização, seja para votos e vagas eleitas diretamente pelo coeficiente eleitoral, seja para vagas que serão conquistadas através das sobras partidárias.

3. Como estão as tratativas para a Prefeitura de Goiânia? O MDB vai indicar o vice para Sandro Mabel?

AM: Hoje, isso ainda é uma incógnita, pois o cenário está muito aberto. Nossa expectativa é que Sandro ganhe a eleição e consiga formatar dentro dos acordos políticos o melhor cenário para sua candidatura e para Goiânia. Ele tem responsabilidade na escolha do vice e buscará o melhor vice possível, conciliando a questão política. O MDB tem quadros e nomes para oferecer, mas aguardaremos até as convenções eleitorais para ver como isso se desenrolará. O MDB já se posicionou junto a Sandro, que sabe do potencial político do partido. Vamos aguardar a definição nas convenções partidárias.

4. Por que a gestão Rogério Cruz não deu certo?

AM: É um conjunto de fatores. Uma administração não deixa de dar certo ou errado por uma única situação; é um conjunto de situações que, ao longo do tempo, vai se repetindo e, somado a isso, leva à aprovação ou reprovação do gestor. Atualmente, a administração é reprovada, conforme mostram as pesquisas e as conversas com as pessoas nas ruas. Houve uma grande rotatividade de secretários, o que é ruim para a administração, pois não permite a continuidade do trabalho e a criação de uma cultura de informação.

Além disso, houve uma dependência excessiva do poder Legislativo, o que desregulou a administração. Faltou experiência e maturidade ao prefeito, que não conseguiu levar as coisas adiante e se perdeu na imensidão do cargo.

5. Nenhum governador elegeu o prefeito da capital desde a década de 80. Acha que Caiado vai conseguir essa façanha?

AM: Nenhum governador elegeu o prefeito da capital desde a década de 80, fato histórico na cidade. No entanto, o atual governador, Ronaldo Caiado, está em uma posição muito privilegiada. Ele conseguiu dar uma resposta eficiente na área da segurança pública, o que tem sido muito bem recebido pelos goianienses.

Ele tem mostrado ser um gestor eficiente e de palavra, o que gera muita credibilidade, algo que falta na classe política hoje. Com essa condição de prestígio pessoal na capital, vejo que as chances de Caiado eleger o próximo prefeito de Goiânia são maiores do que as de seus antecessores.

6. Você já foi vice-prefeito de Goiânia. Qual o problema mais difícil de solucionar na capital?

AM: Sim, já fui vice-prefeito de Goiânia. Acho que o problema mais difícil de solucionar não é sobre a dificuldade em si, mas sobre a capacidade do gestor em resolvê-lo. Os problemas não solucionados são aqueles que não tiveram a devida atenção do gestor. Atualmente, vemos uma grande dificuldade na limpeza urbana, manutenção e zeladoria. A cidade tem crescido, mas não encontrou uma maneira moderna e eficiente de realizar esses serviços, que são caros e não estão sendo prestados com qualidade.

É preciso que o próximo prefeito deixe o gabinete e vá às ruas conhecer e entender o processo de limpeza urbana, encontrando uma solução. Esse é um dos maiores desafios que o próximo prefeito terá que enfrentar, na minha opinião.

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