Falsa biomédica que aplicou PMMA em influenciadora que morreu dias depois irá a julgamento em Goiânia
Aline Maria Ferreira faleceu nove dias após o procedimento, realizado em uma clínica que sequer tinha alvará de funcionamento


Grazielly da Silva Barbosa, supostamente responsável pela morte da influenciadora Aline Maria Ferreira, após aplicação da substância PMMA na clínica de estética Ame-se, em Goiânia, irá a julgamento.
A decisão é do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri da capital, após uma denúncia protocolada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) contra a empresária.
De acordo com informações do site especializado Rota Jurídica, ela foi denunciada por homicídio doloso, após injetar o produto – considerado de risco de grau máximo e contraindicado para fins estéticos – em condições inadequadas e sem a qualificação técnica necessária, em junho de 2024.
Grazielly alegava ser biomédica, mas não tinha qualquer formação na área. Na verdade, ela teria cursado apenas até o 3º período de Medicina em uma faculdade do Paraguai – segundo apontado poucos dias depois pela delegada Débora Melo, que estava responsável pelo caso.
Além disso, equipes de investigação constataram, ainda na época do ocorrido, que a clínica onde o procedimento aconteceu operava irregularmente, pois não contava com Alvará de Autorização Sanitária.
A empresária foi detida em flagrante no dia 03 de julho de 2024, enquanto atendia outros clientes na clínica Ame-se, no Setor dos Funcionários, na capital. Apesar disso, ela se encontra em prisão domiciliar desde agosto, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em tempo
A influenciadora brasiliense Aline Maria Ferreira, de 33 anos, morreu no dia 02 de julho de 2024, após complicações de um procedimento estético realizado nove dias antes na clínica Ame-se, em Goiânia.
A proprietária do estabelecimento e responsável pela intervenção foi Grazielly da Silva Barbosa, que alegava ser biomédica. A operação se tratava da aplicação de PMMA (polimetilmetacrilato, substância plástica utilizada para procedimentos corporais) nos glúteos da paciente.
Aline foi internada no dia 29 de junho, no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), apresentando febre e dor de barriga. Familiares dela teriam ligado para a clínica contando a situação, mas foram orientados a dar um remédio para dor de cabeça.
Grazielly teria chegado a visitar a paciente, dizendo que o caso de infecção generalizada constatada na unidade de saúde era resultado de um lençol da casa – o que foi desmentido pela família. Ela também teria negado o uso de PMMA, alegando ter utilizado um bioestimulador.
A empresária foi presa no dia seguinte ao falecimento, sendo detida em flagrante. Detalhes divulgados durante uma coletiva de imprensa realizada em 04 de julho apontavam que Grazielly respondia por três crimes: exercício ilegal da Medicina, execução de serviço de alta periculosidade e indução do consumidor ao erro.
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