Seduzido por cupom de desconto, motorista é cobrado em R$ 10 mil por oficina de Anápolis: “maior humilhação”
Ao Portal 6, Impacto Prime sustentou que ocorrido foi um "mal entendido" por parte de "um cliente mal intencionado"


“Maior humilhação da minha vida”. Assim, o funcionário público Alexandre Cavalcante Lins, de 41 anos, definiu a experiência frustrante após realizar serviços em uma oficina da Impacto Prime, nesta segunda-feira (28), localizada na Avenida Brasil Sul, em Anápolis.
Seduzido por um cupom de desconto para trocar pneus com valores promocionais, o anapolino se dirigiu até a unidade, mas logo foi surpreendido com um argumento dos funcionários da oficina.
Ao Portal 6, Alexandre explicou que, antes de fazer a instalação, foi informado de que os pneus da promoção não seriam compatíveis com o veículo dele, um Chevrolet Corsa Classic e, por isso, os valores não se aplicariam.
“Me sugeriram um combo de R$ 623 para colocar uns pneus maiores, aí iam aproveitar e trocar uma buchinha, tirar umas folgas e olhar direitinho a frente, que as rodas estavam pegando, mas me falaram que esse serviço a mais seria cobrado baratinho”, relembrou.
O “baratinho”, no entanto, não foi informado inicialmente. Entretanto, o cliente não pareceu se preocupar, já que acreditava ter uma certa noção dos valores já que havia precisado de serviços semelhantes em outros estabelecimentos.
“Eu estou acostumado a fazer este serviço por no máximo R$ 2 mil, R$ 2,5 mil ou até menos. Já fiz uma vez em outra oficina e me cobraram R$ 1,7 mil e ficou tudo ótimo”, pontuou.
Assim, ele ficou na oficina das 14h15 até às 21h, esperando para que os serviços fossem finalizados. No entanto, a surpresa veio quando, na hora de realizar o pagamento, ele foi chamado para uma conversa privada em uma sala separada.
“Ele [sub-gerente] me chamou para acertar o valor e disse que ficaria em 12 vezes de R$ 787 no cartão de crédito, totalizando R$ 9.444”, relembrou.
Assustado, Alexandre logo contestou os custos, afirmando que não havia como pagar pelos serviços, os quais ele considerou “superfaturados”.
Ao questionar o valor, inclusive relacionando o mesmo trabalho em outras lojas, o sub-gerente disse “não poder fazer nada para reduzir”, pois “infelizmente precisam cobrar caro, pois eles têm que pagar funcionários e aluguel caro de R$ 35 mil”.
O funcionário público, já estressado, precisou mostrar os cartões de créditos para o responsável, comprovando que, nem se quisesse, ele tinha limite o suficiente para parcelar o valor cobrado.
“Eu tive que apresentar pra ele meus cartões de crédito que eu não tinha limite. Mostrei dois cartões, nem somando os dois eu ia conseguir pagar tudo. Mesmo assim, eles se recusaram a fazer o serviço no boleto também”, disse.
Vendo que não teria como resolver a situação por conta própria, Alexandre decidiu acionar a Polícia Militar (PM) – que se dirigiu ao endereço a fim de entender o ocorrido.
Na presença dos policiais, segundo o cliente, os representantes da empresa teriam “baixado a guarda”. “Eles não queriam ir pra delegacia, me falaram que queriam resolver tudo ali mesmo, se não poderia dar imprensa e chamar atenção para loja deles”, contou Alexandre.
Assim, a Impacto Prime decidiu por abaixar os valores, desde que fossem retirados os pneus novos – já colocados – e instalados velhos.
“Eles queriam colocar pneus meia-vida, dizendo que se deixassem os novos a empresa ia ficar em um prejuízo muito grande”, relatou.
Entretanto, ainda tendo os policiais como testemunha, o cliente não foi obrigado a retirar os pneus já instalados, fixando o pagamento em R$ 3 mil.
“Eu nem tinha R$ 3 mil. O valor abaixou, mas como falei, ainda era muito mais alto que o que já estou acostumado a pagar. Tive que pegar dinheiro da minha mãe emprestado. Nunca passei maior humilhação na minha vida”, disse.
“Eu precisava do carro com urgência, porque no dia seguinte a minha mãe ia para Ceres fazer um tratamento, ela é doente, mas não é aposentada. Eu sustento ela, preciso de uns seis meses para ganhar esses R$ 10 mil que queriam me cobrar”, concluiu.
Agora, com o problema em mãos, Alexandre relata que quer resolver o caso na Justiça.
“Não é pelo dinheiro. Graças a Deus eu sou muito trabalhador e pago minhas contas. Mas essa é pela situação que eu passei ali, nunca me senti tão humilhado em toda minha vida, desde ontem estou sem dormir, minha cabeça dói, foi uma situação que nunca passei”, contou.
Ele acredita que, ao expor o problema, alerte outros clientes a não passar pelo constrangimento e prejuízo.
Outro lado
O Portal 6 entrou em contato com a Impacto Prime, a qual, por meio do gerente Mauro de Almeida Junior, informou que o caso ocorrido nesta segunda-feira (28) foi “um mal entendido” por conta de “um cliente mal intencionado”.
A empresa ainda informou que, antes de realizar os serviços, Alexandre autorizou e “concordou com toda documentação”, mas que depois, ele acabou por “agir com informalidade”.
“Estamos aqui para atender todos clientes, nosso intuito não é desmontar carro e arrumar sem autorização do cliente”, disse o gerente, em entrevista à reportagem.
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