O que pode estar causando ataque de abelhas em Anápolis? Especialista responde
Cidade vem enfrentando situações parecidas nos últimos dias, resultando até em mortes


Em menos de uma semana, Anápolis registrou dois casos graves de ataques de abelha dentro do perímetro urbano. O primeiro, no Setor Central, resultou em nove vítimas, incluindo um homem em estado grave. A segunda ocorrência terminou na morte de três cães no Setor Summervielle.
Com tantas tragédias parecidas, surge a dúvida: afinal, por que a cidade tem enfrentado tantos problemas com ataques de abelhas?
Segundo o apicultor e bombeiro militar, Sargento Elson, essas situações — ainda que muito tristes — não passam de coincidências do acaso, uma vez que, nesta época do ano, esses insetos costumam passar por um processo de migração.
“Neste período do ano, quando a vegetação do campo floresce, ocorre a migração das abelhas. Essa época faz com que os enxames fiquem mais populosos e preparados para a multiplicação. Os enxames crescem, se dividem e multiplicam”, disse, em entrevista ao Portal 6.
No entanto, apesar disso, o apicultor enfatizou que isso não significa que as abelhas estejam propensas a atacar — seja em grupos maiores ou menores. Tampouco devido a questões climáticas.
“Esse processo migratório não é agressivo de forma nenhuma. Ele é até bem mais manso, mais dócil do que um enxame estabelecido”, explicou.
Contudo, são os enxames estabelecidos que podem vir a causar problemas, principalmente quando são afetados de forma externa, seja por humanos, animais ou até mesmo acidentes.
Segundo o bombeiro, abelhas estabelecidas em um local fixo tendem a ter uma ‘família’, com filhotes, a rainha e toda uma estrutura que faz com que elas defendam aquela colmeia.
Por isso, quando há uma interferência, seja porque alguém encostou ou provocou a colmeia, instintivamente os insetos agem como forma de defesa, mas não um ataque gratuito.
“Acontece que, por má sorte, estão acontecendo esses ataques bem na época em que estamos tendo muitos enxames migrando, mas uma coisa não está conectada à outra”, explicou.
De acordo com Sargento Elson, o ataque ocorrido no Centro de Anápolis, por exemplo, só aconteceu porque um galho quebrado provocou as abelhas, que estavam em uma casa abandonada. Situação já apurada pelo Corpo de Bombeiros.
Já a situação no Bairro Summervielle, ainda que não tenha sido oficializada, pode ter sido porque alguém, seja humano ou animal, mexeu em uma colmeia que fica na região.
Vi uma colmeia, e agora?
Apesar disso, ele explicou que não há apicultura dentro do perímetro urbano, uma vez que todos os trabalhos deste tipo devem permanecer a pelo menos 3 km da cidade, conforme a legislação.
Mas, em casos onde há colmeias ‘naturais’, os moradores devem solicitar auxílio do Corpo de Bombeiros para fazer a retirada, de modo que sejam prevenidos possíveis ataques.
“As abelhas não atacam se não forem provocadas, mas pode acontecer um acidente como esse que vimos. Então, neste caso, os bombeiros são acionados e eles solicitam ajuda de um apicultor para fazer a retirada durante a noite”, pontuou.
Segundo o sargento, é importante sempre acionar as autoridades e não fazer a retirada por conta própria, visto que os insetos podem acabar atacando quem está fazendo o serviço, sem a devida proteção.
O que fazer se for atacado?
No entanto, mesmo com as prevenções, nem sempre é possível evitar acidentes, mas, nestes casos, é preciso tomar algumas medidas de urgência, como ir ao hospital.
“Primeiro a pessoa precisa saber se é alérgica. Se for alérgica, ela tem que ir imediatamente para um hospital. Para um alérgico, de duas a três ferroadas já pode ser gravíssimo e a pessoa vai ficar sem respirar”, explicou.
Para pessoas sem questões prévias, por sua vez, somente após 200 a 300 picadas pode se tornar algo sério. Mas o Sargento Elson explica que esse número, embora pareça distante, pode ser atingido rapidamente se a vítima for atacada por um enxame.
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