A desaparição das piscinas públicas e o legado de lazer em Anápolis
Clube Ipiranga, Lírios do Campo, Jóquei e Sesc. As opções eram diversas para as tardes ensolaradas
![Narelly Batista](https://portal6.com.br/wp-content/uploads/2024/05/IMG_4143-96x96.jpeg)
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Há uns seis dias, vi uma matéria nas redes da Rádio São Francisco sobre um senhor que, embriagado, se banhava na fonte do Mercado Municipal de Anápolis. A publicação me fez lembrar imediatamente de um episódio que registrei em meados de março do ano passado, quando crianças se divertiam tomando um banho em uma das fontes da Praça do Ancião. Os meninos, assim como o senhor da reportagem, foram interrompidos por um guarda que orientava que aqueles espaços não eram piscinas.
Os guardas, nas duas oportunidades, estavam corretos, mas e as piscinas? Elas ainda existem? Claro, as piscinas existem, mas não com a mesma ótica dos anos 2000, em que com a inauguração do Piscinão de Ramos (em 2001), no Rio de Janeiro, piscinas públicas e coletivas eram sinal de elevada perspectiva social e cultural da gestão pública.
Pelos interiores de todo Brasil, imitavam uma prática europeia de criar clubes públicos e sociais que contribuíam com uma outra ideia de viver a cidade. Em Anápolis tinham alguns clubes que ficaram na memória de muita gente.
Desde pequena, meu pai me conta das vezes que se divertiu dando um “tibum” no Córrego das Antas ou nos clubes da época. Clube Ipiranga, Lírios do Campo, Jóquei e Sesc. As opções eram diversas para as tardes ensolaradas.
A espera pelo domingo de água, sol e picolé era (e ainda é) a melhor definição de saudade, mas por alguns motivos não consigo percebê-las nesse novo mundo. Se foi a pandemia ou essa nova era de uma vida mais individual, apenas com o núcleo familiar mais próximo, eu não sei, mas lamento.
Todas as vezes que assisto aos vídeos do @anapolisladecima ou vejo uma foto antiga do @anapolisnarede, fico com a sensação de que a cidade cresceu, mas perdeu um punhado de boas histórias. Aquelas que são construídas no simples.
Até entendo que piscinas são espaços de lazer que precisam de grande manutenção e uma estrutura que vai além do espaço e por este motivo até compreendo o fim delas nesse formato livre e coletivo, mas sem elas, quem irá julgar os corajosos que desafiam a história e se divertem em banhos de fonte? Eu não consigo!