Ciume

Carlos Henrique Carlos Henrique -

O ciúme aparece nas relações interpessoais de diversas formas e intensidade, o espectro vai desde algo “leve” ao patológico. Surge nas relações de amizade, amor, familiar, trabalho, entre outros. De qualquer forma, é fonte de sofrimento para si e para quem se relaciona. Com relação a gênero, é comum os homens sentirem ciúmes quando há possibilidade de a parceira relacionar-se sexualmente com outro homem. As mulheres, geralmente, sofrem ao considerar que seu parceiro possa ter um sentimento, uma paixão para com outra mulher. Esse artigo aborda o ciúme na relação amorosa.

O ciúme é uma mistura de acreditar que se tem a posse sobre o outro com a insegurança de perdê-lo. O ciumento tem dificuldade de aceitar tal situação. É costumeiro o ciumento usar as atitudes do outro como desculpa para o ciúme, dizendo que as atitudes do outro dão “motivo” para tal. É claro que há pessoas que declaradamente se insinuam aos quatro ventos, mas nesse caso não é o ciúme o problema, pois ou a pessoa aceita que o parceiro será infiel ou corta a relação. O grande problema do ciúme é quando o outro não dá motivos nem se comporta como alguém que vai trair, mas sua liberdade incomoda.

Por outro lado, o mundo das redes sociais ampliou de tal forma as possibilidades de relacionamento, tanto em encurtar as distâncias geográficas como divulgar e esconder contatos, que possibilitou mais atritos que se poderiam imaginar anos atrás. Para aprofundar esse assunto acesse “Traição On-line”. Por outro lado, a total falta de ciúmes também não é saudável para uma relação amorosa, pois aponta frieza, falta de interesse e pode, inclusive, gerar insegurança no outro. Por fim, a intensidade do ciúme está diretamente ligada ao sofrimento que ele vai causar. Na mesma proporção, quanto maior a carência afetiva, maior a possibilidade de sentir ciúme.

Como resolver o problema do ciúme? É mudar a personalidade, alterar o ponto de vista sobre quem é o outro. Primeiramente, precisa se dar conta de que o outro não passou a existir depois que você o conheceu, que se o outro apresenta boas qualidades é porque provavelmente aprendeu nos braços e beijos de outrem. Se o outro apresenta maturidade no amor, é porque já amou, sofreu, fez sofrer e já foi feliz com outra pessoa. Mas para ver o outro dessa forma sem sofrer precisa inicialmente investir em si, se valorizar, localizar-se de quem é e o que quer. Saber que é uma pessoa criada e desenvolvida numa rede de relações e que se apaixonou por alguém que também tem uma vida, uma história e uma rede de relações. E, caso seja uma pessoa “legal”, vários amigos, amigas, parentes irão requisitá-lo para várias atividades. Mas não é fácil fazer isso sozinho, sem estar contaminado per seus próprios valores. Por isso a importância de a pessoa procurar um psicólogo para fazer uma psicoterapia. Conhecer-se e saber qual o seu projeto de vida é investir em si.

Flavio Melo Ribeiro é psicológo e blogueiro. Escreve todas as terças-feiras.

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