“Brasil precisa de um líder que aponte o caminho”, diz Marconi em Harvard

Carlos Henrique Carlos Henrique -

O governador Marconi Perillo afirmou em palestra na Brazil Conference, promovida pela Universidade Harvard e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Cambridge (Estados Unidos), que o Brasil precisa de líderes políticos que enfrentem os temas desgastantes, para destravar as reformas que o País precisa promover com o objetivo de fazer com que a economia nacional retome o caminho do crescimento e do desenvolvimento.

Marconi afirmou que o Brasil precisa de liderança firme e com convicção. “Precisamos no Brasil de uma liderança que tenha pulso e aponte o caminho. No Brasil de hoje não temos nem gestão política nem gestão administrativa”, disse o governador ao encerrar a palestra no sábado, dia 23, sob intensos aplausos dos participantes da conferência. “Estou defendendo uma transição democrática que tire o Brasil do buraco”, afirmou.

Marconi falou na conferência a convite das duas instituições de ensino superior norte-americanas e debateu alternativas para a crise econômica nacional e a criação do Consórcio de Estados do Brasil Central, do qual é presidente. “O governo de transição precisa fazer as reformas necessárias para o Brasil crescer”, afirmou Marconi, ao citar a abertura do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados no dia 17 de abril. Assistiram à palestra empresários, economistas, autoridades e estudantes de Harvard e do MIT. Na plateia estavam o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto e o empresário Jorge Paulo Lemann.

“Precisamos de pessoas que enfrentem as questões desgastantes”, afirmou o governador na Brazil Conference, citando as reformas trabalhista, tributária, política e previdenciária. “A última reforma que fizemos no País foi no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-1998), quando eu era deputado federal, que foi a mudança do conceito de capital estrangeiro, tabu no País, as reformas administrativa e previdenciária, a flexibilização dos monopólios e as privatizações”, enumerou.

Democracia consolidada

Marconi disse ainda que o estado político brasileiro, representado pelos Poderes Executivo e Legislativo, precisa apresentar, “com clareza”, o conjunto de reformas demandadas pela população. “Chegou a hora de todos nós, políticos, que estamos com a imagem arranhada – e com toda razão –, colocarmos nossas ideias e propostas de forma clara para a população”, assinalou o governador. Ele afirmou ainda que o momento político, “marcado pela consolidação e fortalecimento das instituições democráticas”, cria a oportunidade para que “os temas polêmicos sejam enfrentados e debatidos”.

“Este momento político é muito importante na nossa história. Essa história de golpe só está na cabeça de alguns. Acho até que é uma desculpa, com todo respeito a quem prega essa ideia, porque o que está acontecendo no Brasil é absolutamente legal, constitucional, dentro dos parâmetros institucionais”, asseverou o governador na Brazil Conference, em referência ao processo de impeachment. “Os ritos foram ditados pelo Supremo Tribunal Federal”, citou, para lembrar que o Poder Judiciário, o Ministério Público e a imprensa brasileira “são independentes, atuantes e fortes” no Brasil, como reflexo “da consolidação e do fortalecimento da democracia”.

“Temos no Brasil uma democracia consolidada. A (investigação da) Lava Jato e o processo de impeachment só são possíveis porque vivemos no Brasil um momento democrático dos mais férteis de nossa história e porque nossas instituições são sérias”, ponderou Marconi. “O Brasil não é uma Venezuela. Os países que adotaram gestões modernas e planejadas na América Latina foram para frente. Os países que não quiseram conquistar popularidade a qualquer custo foram para frente e estão crescendo”, definiu.

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