O outro nunca sozinho

Carlos Henrique Carlos Henrique -
Hoje pela manhã li a seguinte frase “muitos aprendem a beijar a pele, mas poucos são os que sabem beijar a alma”. Não é por acaso o quanto escuto que as pessoas estão cada vez menos se comprometendo nos relacionamentos, reclamam da solidão, mas não se preocupam em construir, querem o outro da forma como idealizam. O simples contato de sonhos individuais, por mais atração e satisfação física que exista, não produz um casal. É necessário enxergar com os olhos do outro, entender suas necessidades, seus desejos, para com sinceridade compartilhar e satisfazer.
 
Um estudo feito pelo Psicólogo John T. Cacioppo da Universidade de Chicago, aponta que um em cada três pessoas sente-se na solidão, também cita “uma pessoa que se sente sozinha geralmente está mais angustiada, deprimida e hostil, e tem menos probabilidades de realizar atividades físicas. Como as pessoas solitárias tendem a ter mais relações negativas com os outros, o sentimento pode ser contagioso.” Não é de estranhar que o solitário coloque a perder pela ansiedade e por estar acostumado a decidir levando em consideração apenas o seu ponto de vista. Portanto, relaxe, procure com calma conhecer a outra pessoa. A solidão induz a produção sonhos individuais, quando relacionamento são sonhos em comum.
 
Mesmo que o relacionamento seja breve, não fique triste, nem lamente. Procure aprender com os acertos e erros cometidos e o mais importante mude para melhor. É saudável manter os sonhos e a buscar da realização, mas se dê conta que não está sozinho. Toda relação é comporta de no mínimo três elementos: você o outro e o contexto em que estão inseridos e esse último interfere muito. Quanto mais adulto se é, maior é o contexto, por mais que se goste do outro e do seu modo de ser, quando começa a namorar você percebe que o outro não está sozinho, tem pai, mãe, irmãos, filhos, amigos, trabalho, bens, etc e tudo de alguma forma contribuiu para sua personalidade e além disso “tem vida própria”, opiniões, gostos, necessidades e cobram também a presença. Senão souber administrar o entorno, mais cedo ou mais tarde vai se deparar com conflito e é bem provável que ficará novamente sozinho. E não adianta reclamar, a vida em sociedade é assim mesmo. Se você tem dificuldade em lidar com a complexidade que é uma pessoa no mundo, aprenda. Procure observar, leia, escute, pense, assista filmes, faça o que for necessário. Invista em si, invista no outro. O próximo artigo será sobre esse aprendizado.
Flavio Melo Ribeiro é psicológo e blogueiro. Escreve todas as terças-feiras.

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