Polícia do Rio encontra suspeitos de matar anapolina em Copacabana

Misteriosa, Fernanda tinha 40 anos, falava vários idiomas e vagava pelas ruas do bairro

Rafaella Soares Rafaella Soares -

Conhecida pelos trajes excêntricos e bom humor, a morte da anapolina Fernanda Rodrigues dos Santos, de 40 anos, ainda causa revolta nos moradores de Copacabana, bairro nobre do Rio de Janeiro.

Ela foi morta no último dia 18 de outubro com um tiro no peito enquanto dormia.

Porém, nesta terça-feira (16), a Polícia encontrou os dois suspeitos de cometerem o crime: o estudante de Medicina Rodrigo Gomes Rodrigues, de 24 anos, e o lutador de MMA, Cláudio José Silva, de 37 anos.

Responsável pelo caso, o delegado Daniel Rosa, da Delegacia de Homicídios, disse ao O Globo que investiga agora um crime de ódio. Em depoimento à Polícia, os dois justificaram que estavam bêbados e haviam sido agredidos por um morador de rua que estava perto de Fernanda, quando foram em casa buscar a arma. Ao voltar para rua, encontrou a vítima coberta e atirou.

As imagens de segurança da região, no entanto, não só desmentem a agressão, como também mostram que Rodrigo passou sozinho por Fernanda e depois voltou com Cláudio, que estava armado.

Ainda conforme as imagens, eles chegaram sorrindo, atiraram enquanto ela estava possivelmente dormindo, e continuaram sorrindo. A polícia agora também investiga se eles estão envolvidos em um outro homicídio em que um morador de rua teve o corpo carbonizado.

Na residência de Cláudio foram encontrados 142g de cocaína, 96g de crack e 10g de maconha.

Em tempo

Autoridades da Comissão Especial da população em situação de rua, do Rio de Janeiro, que acompanhavam a história de Fernanda dizem que ela já trabalhou como secretária executiva e que há quatro anos decidiu viver nas ruas após ser abandonada pelo marido francês que levou embora os três filhos do casal.

Fluente em várias línguas, ficou conhecida pelos moradores por ser uma mulher reservada e bem-educada. Além de estar sempre de maquiagem forte, roupas limpas e panelas lavadas.

Por receber uma pensão, Fernanda não aceitava esmola e sempre ia ao supermercado para comprar a própria comida. Ela também não ingeria bebidas alcoólicas e nem usava drogas.

A comissão agora busca encontrar algum familiar que possa levantar a verdadeira história dessa mulher, que poucos conheciam, muitos gostavam, mas que cuja morte repentina e cruel indignou a todos.

Devido a essa indignação, um ato inter-religioso está marcado para o próximo sábado (18), às 18h, na Praça do Lido – a antiga “casa de Fernanda”, para prestar homenagens à ela.

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