Se comprovado sequestro, professoras de Anápolis podem ser condenadas a até 21 anos de prisão

Na escola, os funcionários estão recebendo auxílio psicológico e as aulas ficam suspensas até quinta-feira (26)

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -

Mãe e filha, as professoras Inês Paula da Costa Moreira e Amanda Paula Costa Moreira, acusadas de sequestrar a diretora Flávia Lobo, da Escola Municipal Pedro Ludovico, na Vila Jaiara, devem prestar depoimento no 4º Distrito Policial de Anápolis até a próxima sexta-feira (27).

“Ainda estamos fechando os depoimentos com as testemunhas. Após ouvir todo mundo [incluindo as professoras], vou ter noção do que aconteceu e aplicar a lei sobre o caso”, disse o delegado Helio Rodrigues, responsável pela investigação.

Por enquanto, os depoimentos de Inês e Amanda estão sendo negociados com o advogado delas.

“Já conversamos com testemunhas que viram a diretora entrando no carro e também a que fechou o veículo na porta da escola, na volta”, detalhou o delegado, reiterando que testemunhas também são consideradas como prova.

Se necessário, Helio adianta que poderá pedir quebra de sigilo das ligações telefônicas feitas no momento em que a diretora da escola alega ter ficado sob domínio das professoras, além de outros crimes que possivelmente elas podem ter cometido como ameaça e porte ilegal de armas.

Uma condenação por todos esses crimes pode acarretar em uma pena de até 21 anos de prisão.

Entenda o caso

Conforme documentos da Polícia Civil, ao qual a reportagem do Portal 6 teve acesso, por volta das 17h30 desta segunda-feira (23), Flávia saia da unidade escolar, e foi coagida por Inês a entrar no carro dela. Imediatamente, a professora arrancou com o veículo e começou a ameaçar a diretora de morte devido aos problemas que a filha, Amanda, estava tendo com Flávia no trabalho.

Após circularem por várias ruas do Parque dos Pirineus, adjacente à Jaiara, na região Norte da cidade, Inês parou o carro para a filha entrar. A partir daí, segundo o depoimento da diretora, as ameças ficaram ainda mais sérias e um revólver foi apontado para o nariz dela.

As professoras ameaçaram cortar o cabelo de Flávia e exigiam que a diretora lhes garantissem que Amanda, que está em estágio probatório, não fosse removida da escola.

“Invente a história que você quiser, mas tome cuidado com o que você vai dizer”, teria dito Inês, antes de permitir que Flávia pudesse sair do carro.

Com a ajuda de um cunhado, Flávia conseguiu voltar para a escola e acionar a Polícia Militar e Secretaria Municipal de Educação (Semed), que afastou as professoras e está prestando apoio psicológico aos servidores da unidade.

Além dos problemas com a polícia, mãe e filha responderão a um processo administrativo que pode desembocar na exoneração delas do quadro de servidores da Prefeitura de Anápolis. Na escola, as aulas estão suspensas até esta quinta-feira (26).

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