5º DP vai investigar caso de homem acusado injustamente de estuprar a filha

Sem confirmar a história, moradores ficaram revoltados e, além de fazer ameaças, também cortaram os pneus do carro dele

Da Redação Da Redação -

Será investigado pelo 5º Distrito Policial de Anápolis o caso do pai que foi acusado injustamente de estuprar a filha de 15 anos, no último sábado (18), no Residencial Colorado.

De acordo com a Polícia Militar, o homem teve uma discussão com a adolescente e foi necessário acionar o Conselho Tutelar. No entanto, ela se negou a prestar qualquer queixa contra ele.

Após o ocorrido, começou a circular nas redes sociais a notícia falsa de que a garota era violentada há vários anos e tinha se escondido atrás de uma caixa d’água para fugir dos abusos.

Antes mesmo de confirmar a veracidade dos fatos, moradores da região se revoltaram e começaram a ameaçar o homem, que acabou tendo os pneus do carro cortados com faca.

Com medo de entrar na própria casa e preocupado com a repercussão do boato, ele chamou uma viatura da PM e teve de se deslocar à Central de Flagrantes para contar todo o caso à Polícia Civil.

No local, a filha também afirmou que tudo era mentira e que não fazia ideia de como essa história havia se espalhado.

Ainda na delegacia, as vítimas deram entrada em um processo de calúnia e difamação contra a página que compartilhou as informações falsas.

Em tempo

No Brasil já foram registrados diversos casos onde pessoas foram agredidas devido a circulação das chamadas fake news, ou notícias falsas, nas redes sociais.

Dentre os casos mais famosos estão o do casal Luiz Áureo de Paula e Pamela Martins, que foram espancados e tiveram o carro queimado, em abril do ano passado, após a disseminação de mensagens e áudio os acusando de sequestrar crianças em Araruama, no Rio de Janeiro.

Outro caso chocante é a história da Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, que morreu em maio de 2014, após a divulgação da imagem de uma mulher que se parecia com ela e que supostamente realizava rituais de magia negra com crianças.

Na época, Fabiana foi amarrada e linchada pelos moradores da cidade de Guarujá, em São Paulo. Posteriormente foi constatado que tudo, na verdade, não passava de engano.

Divulgar fake news ainda não é considerado um crime, no entanto, tudo que contiver informações caluniosas, difamatórias ou injuriosas poderá resultar em consequências penais graves.

Além disso, pessoas que apenas compartilham essas informações também podem ser punidas, uma vez que o Código Penal brasileiro define que elas também assumiram o risco do resultado e, por isso, seriam participantes do delito.

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